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Carol Nakamura fala sobre adaptação de menino que vivia em lixão: “Tudo o que ele não tinha lá, tem aqui”

Atriz recebeu autorização para custear estudos do garoto e espera ter a guarda definitiva

Carol Nakamura e o filho, Wallace, de 9 anos - Foto: Reprodução/ Instagram
Carol Nakamura e o filho, Wallace, de 9 anos - Foto: Reprodução/ Instagram

Redação Publicado em 14/04/2020, às 07h16

Carol Nakamura revelou mais detalhes de como está sendo a adaptação de Wallace, de 9 anos, que foi resgatado de um aterro sanitário em Gramacho, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em dezembro do ano passado.

Em entrevista à revista Quem, a atriz explicou que (ainda) não adotou o garoto, mas que espera ter a guarda definitiva do menino algum dia.

“Ele se adaptou muito bem. Tudo o que ele não tinha lá, tem aqui. A gente consegue se adaptar mais facilmente com coisas boas. Até o que é básico para nós, para ele é muita coisa, como elevador, escada rolante e água no chuveiro. Depois ele começou a ter comportamento normal de criança, como umas pirracinhas. Desde que ele chegou aqui, a gente não teve grandes problemas. Ele é uma criança super carinhosa, extremamente inteligente e esperto. Muito vivido, às vezes tem mais vivência em algumas coisas do que eu”, explicou.

À publicação, Carol – que trata o garoto como filho e o chama de Wallace Nakamura Leonel – contou que pretende adotá-lo formalmente, e que o mais importante no momento e fornecer condições para seus os estudos e uma base familiar sólida.

“Eu não tenho a guarda dele. Eu tenho uma autorização para a alfabetização dele. Não vejo problema em falarem que ele é meu filho. Não me importo, mas explico quando sou questionada sobre o assunto. Na primeira matéria que saiu sobre o assunto, não falaram direito comigo e usaram o termo ‘adoção’. É muito difícil um termo para explicar que tenho uma liberação para a alfabetização. Pretendo adotar, mas é um processo longo. Se eu fosse esperar esse tempo todo, ele ficaria mais dois ou três anos sem estudar. Pra mim, não importa o que vai acontecer depois, o que eu quero é que ele tenha uma oportunidade. Independentemente do que acontecer daqui para a frente, ele nunca vai ficar sem assistência. Vai continuar frequentando a minha casa e ter a escola paga. Quero que ele tenha um futuro e uma vida melhor do que a que ele tem. Se ele ficar comigo, vai ser maravilhoso porque é o que eu espero, mas eu dependo de leis e juízes”, continuou.

Carol contou que Wallace visita a mãe biológica e a avó constantemente e que ela se dá bem com a família.

“Levo o Wallace a cada 15 dias para visitar ou ficar. Quando é para passar o fim de semana, dou todo o suporte de alimentação porque eles não têm e ele já se acostumou com essa outra vida. Ele ama a família dele, e a gente reforça isso. Ele gosta de ir, mas sente vontade de voltar. Tem um limite, um final de semana é o máximo que ele fica. A gente liga para ele todos os dias. Se a gente combina uma coisa com ele, a gente faz. Nunca deixamos ele esperando para não criar frustração. Ele sabe de tudo o que acontece. Já consegui um patrocinador para melhorar um pouquinho a casa da avó dele. Na avó, quando ele vai visitar, nem dorme porque o lugar é muito apertado. É um quarto só com muita gente, em Gramacho. A mãe mora com o namorado em Magé, e eu deixo ele lá também porque é maior e, claro, porque ela é mãe. Lá ele consegue ter um pouco mais de conforto. Na vó, não tem nem saneamento básico”, ressaltou.

Ao falar sobre a reação de Wallace diante de sua nova casa, Carol contou que o menino ficou encantado:

“Ele achou elevador o brinquedo mais incrível do universo. Quando a gente foi ao shopping pela primeira vez, escada rolante era tipo montanha-russa, algo surpreendente. Água do chuveiro era algo sem explicação. É muito lindo de ver. É um aprendizado pra gente, que tem tudo e reclama constantemente. Mas eles se acostumou rápido, isso foi muito inicial. Quando ele chegou, comia quatro pratos cheios. Hoje, chega a dizer que está sem fome porque sabe que tem sempre. Mas ficava surpreso com tudo: cama, lençol, chuveiro… o sonho dele era ter um ar condicionado. Ele senta para ver 60 episódios de uma vez de Masha e o Urso. Ele acha que TV vai sumir. Chega a fazer xixi no sofá para não levantar. Tem coisas que ele já entendeu que não vão acabar, outras que ele já nem liga mais, e as que ele dá muito valor”, completou.