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Carol Marra fala sobre transexual no Brasil no Dia da Visibilidade Trans: "Longe de um ideal de respeito"

Atriz foi a primeira transexual brasileira a mudar o nome nos documentos oficiais

Carol comentou que ainda falta muito para que seja possível chegar ao ideal - Reprodução/Instagram
Carol comentou que ainda falta muito para que seja possível chegar ao ideal - Reprodução/Instagram

Redação Publicado em 29/01/2021, às 11h08

A atriz Carol Marra, primeira transexual brasileira a mudar de nome nos documentos oficiais, falou sobre transexuais no Brasil, nesta sexta-feira (29/01), no dia que é comemorado o Dia da Visibilidade Trans, em entrevista ao Gshow

A celebração do dia surgiu de um grupo de ativistas, em 2004, que participaram no Congresso Nacional do lançamento da primeira campanha contra a transfobia. O Departamento DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde promoveu a campanha com o objetivo de poder ressaltar a importância da diversidade de gênero. 

Carol diz que ainda falta muito para que seja possível chegar ao ideal e, segundo estastísticas, a expectativa de vida de uma pessoa trans é de menos de 30 anos: "Nosso país ocupa o ranking onde ocorre o maior número de crimes nessa fatia da população e, muitos deles, não são investigados. Sendo assim, nem entram para as estatísticas. Se hoje ainda lidamos com o preconceito, imagina há 10 anos?".

Ela deu seu primeiro beijo trans na série 'Romance Policial - Espinosa', do canal GNT. A atriz também foi a primeira a desfilar nas passarelas de moda brasileira e comentou que conseguir trocar seu gênero para o feminino em seus documentos sem mencionar ser trans, deu abertura para caminho que outros pudessem ter o mesmo direito. "Ao mesmo tempo que sinto orgulho de ter sido a pioneira em tantas conquistas, me dá uma certa tristeza ao ver que muitas meninas não tiveram as mesmas oportunidades que eu".

"Era para eu ser mais uma e não a primeira", disse ela. Ela ainda comentou sobre o maior obstáculo para que o preconceito trans acabe: "Lidar com pessoas medíocres, de mente pequena e preconceituosa, que se escondem nas redes sociais atrás de um celular e se sentem juízes para julgar e apontar o dedo indiscriminadamente, de forma leviana e irresponsável talvez seja o nosso maior desafio". 

Carol reconhece o caminho árduo para atingir a perfeição: "Caminhamos a passos lentos. Há motivos para comemorar nesse dia 29 de janeiro? Saímos da invisibilidade, adquirimos voz e espaço ainda pequeno e tímido, é verdade, dentro de uma sociedade heteronormativa, machista e preconceituosa. Mas a luta é diária! É preciso ser forte e ter coragem para assumir sua verdade, seja ela qual for. É um processo doloroso, mas libertador".