Bel Moreira contou que ficou assustada ao precisar esconder sua orientação
Redação Publicado em 06/06/2022, às 08h14
A atriz Bel Moreira, que integrou o elenco das novelas Chiquititas e As Aventuras de Poliana, ambas exibidas pelo SBT, contou que foi orientada a não falar abertamente sobre sua orientação sexual para não correr o risco de arruinar sua carreira artística.
“Foi bem complicado. Era uma sensação confusa. Eu tinha a necessidade de falar, mas achava que muitas portas seriam fechadas para mim. Era assustador. Não lidava bem com o armário, nem com a pressão”, revelou ela, à Quem.
Bel acrescentou: “Fui orientada a não falar abertamente sobre isso. Virou um gatilho. A partir do momento que eu ouvi que poderia falar abertamente sobre minha bissexualidade, me senti sufocada”, continuou ela, que postou um vídeo no qual aparece beijando a namorada para comemorar 9 meses de relacionamento.
A artista contou que “achava estranho” não falar sobre sua sexualidade e que “ficou assustada” ao descobrir que teria que esconder sua orientação.
“Queria, ao mesmo tempo, expor quem eu era e me esconder. Era muito estranho não falar sobre minha sexualidade. Na minha família, nas minhas amizades isso jamais foi uma questão. Tudo foi sempre levado com muita naturalidade. Então foi um susto. Foi um susto precisar me esconder”, explicou.
Com 2,8 milhões de seguidores no Instagram, ela usou a rede social no início do ano para contar a todos que era bissexual e aproveitou para compartilhar fotos com a namorada, a produtora de eventos Halana Lacerda.
“Me assumir foi a melhor decisão que eu já tomei. Minha saúde mental e qualidade de vida aumentaram. Sou uma pessoa muito mais feliz hoje. Foi uma surpresa ser recebida de braços abertos. Mas mesmo se esse não fosse o caso, me assumir ainda teria sido a melhor escolha que já fiz”, revelou.
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“As pessoas se sentem muito confortáveis para serem bifóbicas. Sendo uma figura pública ou não, isso vai afetar minha vida. De qualquer forma, ainda estou num lugar de privilégio e acesso espaços por estar dentro de outros padrões. E acredito que deva aproveitar esses espaços e alcances para desestigmatizar os preconceitos que os bissexuais sofrem. Para além disso, acho importante frisar que a comunidade LGBTQIAP+ como um todo sofre discriminação. Não sei se pode-se dizer que bissexuais sofrem mais ou menos, até porque há outras coisas a serem postas em questão. Raça e classe, por exemplo, são dois fatores fundamentais”, alertou.
“Eu me entendi bissexual aos 15 para os 16 anos. Eu já me percebia atraída também por mulheres, mas nessa idade me apaixonei por uma menina. Eu estava 100% iludida! Tinha zero chances. Mas tenho muito carinho por essa lembrança. Eu decidi dividir isso publicamente porque, para mim, nunca foi algo que eu deveria esconder. Eu posso gostar de pessoas de qualquer gênero, e daí? Eu me sinto muito bem sendo abertamente bissexual. Eu amo amar uma mulher, eu amo não ter vergonha de quem eu sou. Não existe nada melhor do que isso. Tive um retorno muito bom, contra todas as minhas expectativas. Fui acolhida até em espaços que esperava receber o oposto. Ando muito feliz!”
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