Diego Hypólito falou sobre suas conquistas na ginástica e também sobre sua sexualidade na recém-lançada biografia Não Existe Vitória Sem Sacrifício...
Redação Publicado em 29/11/2019, às 10h24 - Atualizado às 12h12
Um dos atletas olímpicos que mais trouxe medalhas para o Brasil, Diego Hypólito falou sobre suas conquistas na ginástica e também sobre sua sexualidade na recém-lançada biografia Não Existe Vitória Sem Sacrifício.
No livro, ele conta que “tinha medo de magoar a família” ao revelar sua opção sexual e que o meio da ginástica é “altamente preconceituoso”.
“Me dei conta de que não preciso esconder a minha história de ninguém. Não mais. Não depois de tudo o que eu já vivi e conquistei, mesmo com todas as limitações que me foram impostas”, explicou Diego, que há dois anos namora o advogado Marcus Duarte.
Ligado à religião, Diego contou que ele mesmo teve problemas para se aceitar. Ao falar sobre o assunto, o ex-atleta revelou que por muito tempo pensou ser amaldiçoado:
“Ter que esconder a própria sexualidade em pleno século XXI pode até soar antiquado, mas eu tinha muito medo de magoar minha família. Além de serem pessoas criadas com uma educação rígida, meus pais também sempre foram muito religiosos. Tanto é que sou muito ligado à religião até hoje… frequento o culto uma vez por semana. Por conta dessa religiosidade, durante muito tempo, ao menos na minha cabeça, ser gay era sinônimo de ser um demônio, alguém amaldiçoado. Era como se o fato de eu ser gay fosse uma praga para minha família. Além de eu achar que minha sexualidade era uma maldição para meus pais, eu ficava com a impressão de estar pecando o tempo todo”, revelou.
No capítulo, Diego explica que sofria muito bullying no ambiente competitivo da ginástica, e que isso prejudicou ainda mais a situação no geral:
“Cresci tentando esconder minha sexualidade. Não só dos outros, mas de mim mesmo. Foi muito difícil me aceitar como gay. Embora de longe não pareça, a ginástica é um ambiente altamente machista e preconceituoso. As pessoas zombavam do meu jeito de ser. Quando escreveram as palavras ‘eu’, ‘sou’, ‘gay’ com pasta de dente em mim e em mais dois atletas, por exemplo, estava embutido ali, naquele assédio moral, o peso de ser homossexual. Ser gay era uma vergonha tão grande que a palavra servia como xingamento”, disse ele.
Segundo Diego, o medo de perder patrocínio também não facilitou sua vida: “Foi muito solitário viver tanto tempo sem poder falar disso com ninguém…minha paranoia era tão grande que eu tinha certeza de que, se assumisse que era gay publicamente, perderia a maior parte dos meus apoios e patrocínios”, finalizou.
Com informações do jornal Extra.