Freddie Mercury morreu há 27 anos - Foto: Reprodução Hoje, 24 de novembro, faz 27 anos que um dos grandes nomes da história da música: Farrokh Bulsara, mais
Redação Publicado em 24/11/2018, às 14h17 - Atualizado às 22h22
Hoje, 24 de novembro, faz 27 anos que um dos grandes nomes da história da música: Farrokh Bulsara, mais conhecido como Freddie Mercury, faleceu.
Com o lançamento recente de um filme dedicado a sua trajetória junto ao Queen – Bohemian Rhapsody, que já se tornou um enorme sucesso de público e bilheteria – a vida do astro tem estado em evidência, o que é realmente merecido – ninguém teve uma vida tão cheia de brilho quanto ele. Entretanto, também houve muitos excessos, que acabaram culminando em sua morte, em decorrência da Aids, quando ele tinha apenas 45 anos.
Hoje vamos relembrar a sua história e alguns de seus maiores sucessos, que vieram dentro de uma carreira marcada por um começo difícil, mas que logo encontrou a glória.
Era apenas o nome artístico de Farrokh Bulsara, um garoto tímido nascido na pequena ilha de Zanzibar, que fica na costa da Tanzânia, portanto na região da África. Ao mudar-se para a Inglaterra com seus pais, o garoto começou a se interessar por artes em geral, se formando em design gráfico.
No período em que estava estudando, conheceu uma banda chamada Smile, e se tornou amigo dos seus integrantes. Quando o vocalista abandona a carreira, Farrokh se oferece para cantar em seu lugar.
Assim nasce Freddie Mercury, uma espécie de alter-ego: egocêntrico, fanfarrão, muitas vezes intimidador e com um carisma insuperável em cima do palco. Não demorou para que a banda que ele então liderava – que logo mudou seu nome para Queen por sugestão dele – iniciasse uma carreira de sucesso dentro do Reino Unido. Em poucos anos, eles já haviam conquistado o mundo.
As canções da banda, escritas majoritariamente por Mercury e o guitarrista Brian May, estouraram nas rádios por serem diferentes. De fato, o Queen inovou a indústria fonográfica com experimentações que até então ninguém havia tido coragem de fazer.
Com isso, a fama foi aumentando cada vez mais, com álbuns que lideraram as paradas do Reino Unido por várias semanas, assim como em várias partes do mundo. Logo deixaram de fazer shows em ginásios para se especializarem em eventos feitos em estádios – nos quais eles foram um dos pioneiros. Tocaram para grandes públicos, sendo o maior no Rock in Rio de 1985, com uma multidão de pessoas cantando a clássica Love of My Life junto com Freddie.
Sendo um garoto tímido, Farrokh tinha problemas para se relacionar com as pessoas. Antes da fama, ele se aproximou e começou a namorar uma garota chamada Mary Austin, com quem passou muitos anos junto. A partir do momento em que se tornou Freddie Mercury, seu comportamento também mudou, e ele passou a explorar a sua sexualidade, logo assumindo ser bissexual.
Por ser um homem famoso, passou a se relacionar com várias pessoas nos shows que realizava em todos os lugares pelo qual passava, e depois de um tempo tornou-se claro a sua predileção por homens.
Tudo isso aconteceu no fim da década de 70, quando a Aids ainda não era uma realidade. Chegaram então os anos 80, em que a epidemia eclodiu em todas as partes do planeta, levando a orientação geral pelo sexo seguro. Sendo um astro do rock, Mercury não compartilhava dessas preocupações, e vivia um dia de cada vez.
Sua vida era uma farra sem fim, gastando milhares de dólares em um fim de semana de festas regadas a álcool e drogas. Até que, em abril de 1987, quando estava no auge do sucesso de público – meses antes o Queen havia lotado, por duas noites, o famoso estádio de Wembley, e também havia participado do show beneficente Live Aid, que reacendeu o interesse do público pela música da banda – ele recebeu o diagnóstico de que era soropositivo.
A partir de então, ele deixou de fazer shows e procurou gravar o maior número de músicas possível, para deixar material suficiente para que seus companheiros de banda – May, Roger Taylor e John Deacon – pudessem terminar depois de sua morte. Entretanto, Mercury viveu mais quatro anos depois do diagnóstico, e nesse período lançou dois álbuns com o Queen e também uma parceria com a cantora de ópera Montserrat Caballé, chamado Barcelona.
Em 1991, a saúde de Mercury já estava completamente abalada. Estava tão magro que mal conseguia se manter de pé. Apesar disso, quis trabalhar com a banda até onde conseguisse. Em maio daquele ano, ele gravou seu último clipe, These Are The Days of Our Lives, onde a sua aparência precisou ser disfarçada com uma pesada maquiagem.
Notando que nem isso estava mais funcionando para disfarçar os efeitos devastadores da doença, o clipe foi filmado em preto e branco. Ao ser lançado, poucas pessoas tiveram dúvidas de que aquele homem estava prestes a morrer.
Naquele mesmo mês, ele gravou sua última música, Mother Love. O guitarrista e compositor da canção, Brian May, disse em entrevista que Freddie estava fraco demais, mas ainda assim insistiu em gravar e conseguiu alcançar notas altíssimas, apesar de toda a dificuldade que estava enfrentando.
Entretanto, não conseguiu gravar o último verso, afirmando que voltaria ao estúdio no dia seguinte para finalizá-lo. Ele nunca mais retornou.
Pouco a pouco, a saúde de Mercury decaiu, até que no dia 23 de novembro ele resolveu contar ao público a verdade sobre sua saúde. Relatos informam que ele já não tomava mais medicação para combater os efeitos da Aids, tendo a partir de então esperado pela morte.
O comunicado foi lançado, informando que ele estava sofrendo da terrível doença. O público apenas confirmou o que já se especulava havia pelo menos dois anos. Nos seus últimos dias, ele já sofria de pneumonia e também havia perdido a visão, o que o impossibilitava nas tarefas mais simples, como ir ao banheiro. No dia 24 de novembro, não conseguindo mais falar, ele fez suas necessidades em sua cama.
Seu companheiro, Jim Hutton – que estava com ele desde pelo menos 1985 – trocou a sua roupa. Ele sentiu que Mercury tentava levantar uma de suas pernas para ajudar a vestir suas calças, mas logo ela se tornou sem forças. O grande astro Freddie Mercury havia morrido.
Desde então, o legado de Freddie Mercury junto ao Queen se valorizou a cada ano. O culto a personalidade bonachona e extremamente carismática do cantor ultrapassou gerações, sendo lembrado até hoje. E não é por menos: o Queen tem uma quantidade de hits que é impressionante.
É absolutamente difícil escolher um top 3 de músicas da banda, pois isso pode variar de pessoa para pessoa. Entretanto, aqui nós colocamos as mais emblemáticas, que marcam o estilo desse que é um dos grupos mais importantes do rock, com um front-man que, sem dúvida, foi um dos maiores que já pisaram em um palco.
Under Pressure
A linha de baixo inconfundível e a mistura das vozes de Freddie Mercury e David Bowie – outro grande astro inglês – trouxa a fama dessa canção que fala sobre a incomunicabilidade do ser humano frente aos problemas que enfrentamos no nosso dia a dia. Essa música tem sido muito usada através dos anos em trilhas de filmes e séries, e também sampleada por outros artistas para compor suas obras. Não há dúvida de que é uma das mais icônicas da carreira da banda.
These Are The Days of Our Lives
O último vídeo gravado por Freddie Mercury antes de morrer. Aqui ele já aparenta estar abatido, fraco, magro, mas ainda há vestígios de sua energia tão conhecida. A canção em si é uma das mais simples do catálogo da banda, e foi composta pelo baterista Roger Taylor em homenagem a seu pai. Porém, com a situação de Mercury, ela acabou atingindo outro significado, servindo como uma despedida para o público.
Bohemian Rhapsody
Essa é a música mais famosa do Queen. Também foi a que os lançou ao estrelato, na metade dos anos 70. Foi, durante muitos anos, a gravação mais cara de uma única música na história. Dividida em três partes distintas, incluindo até uma sessão de ópera, ela foi toda composta por Mercury, que nunca explicou seu verdadeiro significado. Mas seus versos são tão bem elaborados que isso não importa: o público sempre canta junto quando ela começa a tocar.
Como se vê, Freddie Mercury se foi, mas seu legado continua encantando milhares de pessoas ao redor do mundo, e nada indica de que esse efeito irá passar.