Mariana Xavier falou sobre a aceitação do corpo em entrevista ao Todas Elas - Foto: Reprodução Convidada do primeiro Todas Juntas, programa feito para o YouTube
Redação Publicado em 15/03/2017, às 17h43 - Atualizado às 18h53
Convidada do primeiro Todas Juntas, programa feito para o YouTube e comandado pelas modelos Fabiana Saba, Nathalia Novaes, Luma Grothe e Pathy Dejesus, a atriz Mariana Xavier relembrou sua luta contra a balança, e falou sobre aceitação do próprio corpo.
Escalada para interpretar uma modelo plus size Abigail, em A Força do Querer, nova novela de Glória Perez para a faixa das 21h da TV Globo, a atriz falou sobre gordofobia, e dividiu com as apresentadoras algumas de suas experiências e preconceitos relacionados ao peso.
Aos 36 anos, Mariana contou que engordou por causa de sua busca incessante para ter um corpo de acordo com os padrões impostos pela sociedade: “Eu só me tornei efetivamente gorda, porque eu que tomei um milhão de remédios para emagrecer”, disse a atriz, a abertura do atração.
No bate-papo, Mariana explicou o termo “gordofobia” com suas palavras, e afirmou que uma pessoa com sobrepeso, não necessariamente está doente:
“Uma pessoa aparentemente com sobrepeso, não necessariamente está com a saúde ruim, que não está saudável. Como o contrário também não é verdade. Ver uma pessoa muito magra, não significa que ela esteja saudável”, continuou.
No programa, Mariana contou que não vê problema em ser chamada de gorda, mas que existem maneira diferentes de usar a palavra:
“Tem coisas que são muito culturais. A gente acaba usando esse eufemismo [gordinha] porque a gente tem medo de ofender. Na verdade, a palavra Gorda não é uma ofensa. É só uma palavra. A questão não é a palavra. A questão é o tom que você dá para aquela palavra”, disse a atriz.
Na entrevista, mariana contou que não foi uma criança gorda, nem mesmo quando era adolescente.
“Eu fiquei gorda depois dos 26 anos. Minha luta com a balança começou a partir dos 18 anos. Até então, o meu peso era superestável. Depois a coisa ficou estranha. Pressionada por essa bendita ditadura da estética, eu entrei numa de que havia engordado muito. E aí eu comecei a tomar remédio para emagrecer”, lembrou.
“Eu engordava cinco quilos, e tomava remédio. Emagrecia três, e depois engordava oito. Daí eu tomava outro remédio, mais forte; emagrecia cinco quilos, e engordava dez. Essa margem foi cada vez mais aumentando”, continuou.
Mais a frente na entrevista, Mariana contou que decidiu parar de envenenar o corpo com remédios, e foi então que decidiu encarar que estava obesa:
“Quando eu vi, tinha engordado 20 quilos em um ano. Aos 26, eu assumi que era gorda, e decidi parar de envenenar o meu corpo com remédio. Eu falei; ‘chega!. Deixa eu parar com isso e entender que o meu corpo faz parte da minha história’”, explicou.
“As marcas que a gente carrega, fazem parte da nossa história. A gente precisa respeitar a nossa história. Naquele momento eu dei um basta. Eu escolhi transformar tudo isso numa coisa positiva. Ninguém engorda porque quer, mas como você lida com isso é uma escolha sua”, defendeu.
A atriz também falou sobre as críticas que recebe nas redes sociais, e disse que nunca irá promover a obesidade:
“O que eu prego, até no meu canal no YouTube, é que as pessoas precisam ser saudáveis, acima de qualquer coisa, e essa saúde tem que começar pela cabeça. Não adianta ter o corpo de capa de revista, se sua cabeça está doente. Não pode ser assim. O que estou fazendo não é incentivo à obesidade, é um incentivo para as pessoas serem felizes do jeito que são, de como elas querem ser e como conseguem ser”, continuou.
O peso a mais, segundo explicou Mariana, foi o responsável por alavancar sua carreira na TV.
“Com 30 quilos a menos, eu me boicotava. Eu acreditava que não estava com um bom corpo para fazer televisão. Acreditava porque as pessoas me falavam. Aconteceu ao contrário do que eu esperava. Logo que eu engordei, a Malu Fontenelle me disse; ‘Esquece isso, o seu peso está a seu favor. Televisão é cabelo, pele e dente, e isso você tem. Esquece isso. Todo mundo quer ser magra e loira, quando precisamos de alguém diferente, não tem’. As coisas aconteceram para mim na contramão do que eu imaginava. Quando eu engordei, eu fui para uma ‘prateleira’ específica”, explicou.
“O negócio é que hoje eu já sei que o meu valor é muito mais que esse involucro. Então eu tento mexer onde dá pra mexer, sem prejudicar a saúde, tentando ser melhor dentro daquilo, mas sabendo que tenho muito mais valor que a celulite ou a estria que está aqui ou ali”, completou.
COLUNISTAS