Sonia Braga em seu ensaio para a revista Elle - Foto: Marcelo Gomes/ Elle Sonia Braga abriu o coração em entrevista à edição mais recente da revista Elle. A
Redação Publicado em 03/08/2016, às 19h55 - Atualizado às 20h07
Sonia Braga abriu o coração em entrevista à edição mais recente da revista Elle. A atriz falou sobre a volta ao cinema brasileiro, maternidade, aborto e o que pensa em fazer no futuro.
À publicação, a atriz de 66 anos afirmou que “não é uma atriz”, e que as pessoas que não são atores “estão mais conectados com a vida.”
“As pessoas ficam bravas quando digo isso. Mas, talvez por não ter uma formação acadêmica, eu sou mais do que atriz. Comecei porque me chamaram. Poderia ter sido costureira ou outra coisa. A pessoa que não é ator está mais conectada com a vida, em vez de ser mais voltada para a técnica”, refletiu.
Sonia relembrou que antes de estrelar Aquarius, o elogiado longa do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, em 15 anos só havia participado de apenas dois filmes nacionais, e que a maioria de suas aparições na televisão não eram de trabalhos recentes.
“Começou a minha ausência no cinema, na TV brasileira. Então me fechei aqui e comecei a fazer essa coisinha de andar todo dia, tirar foto. Mas cheguei de Cannes com um estalo: vou assumir ser atriz, vou trabalhar em cinema, fazer o que eu gosto. Não sei como, mas vou fazer isso”, explicou.
Morando desde 1990 em Nova York, a atriz também falou sobre o fato de nunca ter pensando em ter filhos.
“Há mulheres que, se não tiverem um filho, enlouquecem. Nunca senti essa necessidade.” E comentou que chegou a fazer alguns abortos. “No primeiro, eu era muito criança. Tinha 17 anos. Se não tivesse um médico de confiança, eu poderia ter morrido. Crime é o aborto não ser legal no Brasil. Não pode ter restrição. Pelo contrário. Tem que educar e facilitar isso para as mulheres. Já conseguiram fazer a delegacia da mulher. Agora tem que cuidar da saúde delas”, completou.
Atualmente, Sonia Braga mira o futuro e continua à frente de seu tempo. “Não olho para trás. Olho para a frente. Nos anos 1970, falava que minha vida era um campo em que eu corria, corria e chegava aos lugares sem perceber que o campo era minado e que, por sorte, eu nunca havia pisado em nada. Minha vida sempre foi isso. Aprendemos com a nossa história. Se você já sabe que esse campo está minado, não vai correr para trás”, finalizou.
COLUNISTAS