por Eduardo Graboski
Publicado em 01/08/2024, às 09h07
Na web, pipocam perfis e canais relembrando quadros e personagens marcantes do extinto Pânico, que estreou na RedeTV! em 2003 e seguiu para a Band TV até 2017. O fato é que a atração marcou uma geração, fez história e apresentou para o público um humor mais ácido, sem se importar com o politicamente correto. E talvez por isso tenha feito tanto sucesso.
Mas, a pergunta que fica é: o Pânico deve voltar à TV? Os fãs de Emílio Surita e sua trupe com certeza dirão que sim. Os apaixonados pelas panicats também. No ano passado, inclusive, o colunista Flávio Ricco, do portal R7, revelou que existia essa possibilidade e o programa negociava sua volta à TV aberta. Mas, nada aconteceu.
De verdade, o Pânico faz falta na televisão. Não só por seu formato, mas pelo humor inconsequente, pelas piadas sem noção e muitas vezes pelas trolagens bizarras. O absurdo era o combustível do programa. E quem assistia, gostava disso. Hoje, não há outra atração com essa proposta, muito menos com a linguagem que o Pânico usava.
E aí vem a dura realidade. Os tempos mudaram. E não há mais espaço para programas desse tipo, nem para as piadas daquela época. O politicamente correto está em alta. O mimimi reina numa sociedade em que a hipocrisia é uma realidade. Talvez seja um papo muito filosófico. Talvez não. Mas a verdade é que o Pânico não deve voltar tão cedo para a TV.
Numa era em que tudo se transforma em preconceito, discriminação ou ataque às ‘minorias’, o Pânico não sobreviveria nem uma semana no ar. E mais: seus humoristas poderiam ser presos – ou cancelados – a qualquer momento, pelo tribunal da internet, sem direito a defesa ou coisa do tipo. Triste fim...
Portanto, não adianta se enganar. Ficam só as memórias! Ao contrário do que a internet vem propagando – novamente – nos últimos dias, o Pânico deveria voltar, mas não poderá. Não se trata de fake news, mas de utopia. Esse tipo de humor não cabe mais atualmente. E isso não significa que eu concorde com isso... E você, acha que o programa pode voltar?
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do CENAPOP.
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