por Eduardo Graboski
Publicado em 30/06/2023, às 04h15
Sempre muito discreto, Gugu Liberato falava pouco da família, dos seus romances e dos próprios filhos. Era reservado, vivia longe de polêmicas. Em vida, poupou sua intimidade. Ao morrer, o apresentador foi exposto ao vexame. Não só pela família, mas também por “colegas”. Todas as especulações sobre a sua sexualidade são vexatórias.
No último episódio da novela de quinta, que envolve o apresentador, uma revelação baixa: Gugu participava de festas com orgias e drogas. A declaração cai como uma bomba. E pior: fala de uma pessoa que não pode se defender mais.
A pergunta que fica: o que ganham por aí expondo intimidades como essa? Será mesmo tudo verdade? E mais: se Gugu não assumiu seus exageros e, de repente, a sua homossexualidade em vida, por que expor tudo isso agora? De maneira tão fria e desrespeitosa...
Afinal, por que tantas declarações polêmicas e tantos personagens – novos – envolvidos? O que há de fato por trás de tudo isso? Ao que parece, não é só pela herança.
Sem dúvidas, Gugu estaria muito envergonhado e constrangido com tudo o que vem acontecendo. É triste ver como toda essa exposição é desnecessária. Mais lamentável ainda é ver canais e pessoas públicas dando espaço para declarações vazias, constrangedoras e duvidosas.
A morte de Gugu virou uma novela de quinta categoria. Com direito a baixaria. E a cada capítulo, uma nova ‘polêmica’ aparece simplesmente com o intuito de expor o apresentador.
Gugu viveu pelo trabalho, pela TV e por sua carreira. Não merecia tamanha crueldade nos noticiários e perfis de “fofocas”. Muito menos ter sua intimidade exposta por “colegas” em podcasts por aí. Entende-se que era uma figura pública, mas isso não é suficiente para tanta exposição.
Além do mais, quem acha que tem algum direito sobre o apresentador, que recorra à Justiça. Sem falsas polêmicas, sem especulações, sem exposições. No mais, é só a busca pelos cinco minutos de fama em cima de um artista que deixa um importante legado e uma vida digna e reservada.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do CENAPOP.
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