O Brasil conseguiu o que parecia impossível: transformar o presídio mais temido do país em série de streaming
Eduardo Graboski Publicado em 10/11/2025, às 16h19
O Brasil tem uma tradição curiosa: de tempos em tempos, elege um casal para chamar de seu. Já tivemos Sandy & Junior (versão platônica), Grazi & Cauã (versão de novela das nove), Andressa Suita & Gusttavo Lima (com direito a dois filhos) e Bruna Marquezine & Neymar (o casal global da geração Z). Agora, quem ocupa o trono do amor pop é Ana Castela e Zé Felipe — o “power couple”.
Ela, o fenômeno que transformou o chapéu em acessório fashion e levou o agro para o TikTok. Ele, herdeiro do império sertanejo, dono de uma risada única e de uma timeline onde tudo vira trend. Juntos, são um tipo de casal que parece saído de um roteiro do Multiverso da Globo Rural com a MTV.
Mas o que explica tanto fascínio? Primeiro: autenticidade. Eles não tentam ser perfeitos, nem ostentam demais. Eles são caóticos, engraçados, espontâneos. Se trocam alfinetadas no stories, está tudo bem. Se aparecem descabelados ou cheios de lama, melhor ainda. Em tempos de casais planejados, os dois dão a impressão de que realmente se gostam. E isso, no entretenimento atual, é quase ficção científica.
Segundo: a soma das bolhas. Ana é o fenômeno do público jovem e do interior; Zé fala direto com a turma das redes e das fofocas. Juntos, eles unem a fazenda e o feed, o sertanejo e o meme, o palco e o sofá da sala. É marketing, é amor, é algoritmo. E tudo isso dá certo.
O resultado? Engajamento recorde, clipes nas alturas e uma legião de fãs que já chama o casal de “seu”. Mas o que esperar daqui pra frente? Provavelmente uma nova era de duetos românticos, turnê conjunta e um reality disfarçado de rotina no Instagram. O Brasil pediu, e o algoritmo entregou. Nada mais justo viver – ou acompanhar – a vida do casal a partir de agora.
Inclusive, sejamos sinceros: Ana Castela e Zé Felipe já estão prontos pra apresentar o Power Couple Brasil. O programa é ótimo nas mãos de Felipe Andreoli e Rafa Brites, mas convenhamos, nada grita “casal power” mais do que um namoro que gera mais engajamento do que muitos realities inteiros.
Ana e Zé têm carisma, roteiro natural e público fiel. São a versão agro e hiperconectada do amor moderno. Se a Record quiser salvar o gênero, está aí a dupla perfeita pra ressuscitar a audiência e, de quebra, transformar a sala de estar do Brasil num grande feed rural-pop.
E, claro, o Brasil inteiro torcendo, não apenas por amor ou músicas novas, mas por conteúdo de verdade, sem filtros e sem ostentação. Porque, no fim, todo casal famoso é uma novela, ou um reality. E esse promete muitas temporadas.