DANNI CARDILLO

“Milfs e WHIPs”: As mulheres com “cara de mãe” fazem sucesso no pornô

Sexóloga falou sobre o fetiche mais procurado nos sites +18

Danni Cardillo falou sobre fetiche mais procurado nos sites adultos - Foto: Divulgação
Danni Cardillo falou sobre fetiche mais procurado nos sites adultos - Foto: Divulgação
Danni Cardillo

por Danni Cardillo

Publicado em 29/08/2024, às 18h36

Vamos falar de prazer? Desde 2007, a categoria “Milf” é uma das mais procuradas nos sites pornôs. Mas, qual o significado desse termo? E mais, o que representa nesse mercado adulto? Por que as pessoas se interessam tanto por isso? Vou abrir o jogo – e a sua mente – a partir de agora. Afinal, além de sexóloga, sou uma Milf assumidíssima!

Para começar: Milf nada mais é do que a sigla para “mães com quem eu gostaria de transar”. É verdade que na nossa cabeça, ainda que inconscientemente, as mamães não transam. Mas isso não é real. As mulheres maduras, acima dos 40 anos, estão cada vez mais atraentes e ativas. E estão na pornografia. Sem pudor, sem medo de rótulos e sem tabus.

Sou exemplo disso. Como sexóloga, sempre encarei o tema com naturalidade, sem amarras e sem preconceitos. E depois dos meus 40, me lancei nas plataformas adultas e continuei me assumindo gostosona. Sem medo de ser feliz e pronta para realizar novas fantasias e descobrir outros fetiches. Tanto que no fim de semana recebi o prêmio “Melhores de 2024”, na categoria “Milf do Ano”.



Ser Milf ou ser atraído por uma – tanto virtualmente quanto na vida real – já teve um caráter pejorativo. Afinal, supostamente uma mulher madura não era tão desejável. Daí o surgimento dessa categoria, que foge totalmente à regra. Mas, por que as mulheres com caras de mães fazem tanto sucesso na internet?

A atração pelas Milfs acontece tanto por sua força quanto por sua proibição. E o interesse por essas mulheres mais velhas não é modismo, já que o termo é o terceiro mais buscado há mais de 15 anos. Esse desejo é natural, quase que visceral, no sentido de que o primeiro amor é o materno e continua por toda a vida.

E quando os garotos descobrem o prazer – ou amor – erótico, passam a se interessar por outras mulheres. E esse primeiro contato é idealizado e dividido para que a figura da mãe seja excluída de todo o erotismo, visto como sujo e promíscuo. Mas que, na verdade, se revela natural e humano em uma próxima fase da vida.

Resumindo: os garotos esperavam que suas mães fossem puras, santas e sem qualquer erotismo aparente. E esse lado ‘proibido’ ilustrado na pornografia gera cada vez mais curiosidade e desperta esse fetiche. Por isso a categoria segue em alta na internet há tanto tempo.

Por outro lado, com tanta evolução nesse universo feminino, ao mesmo tempo, o homem se livrou dessa ‘imagem’ das mulheres maduras e está procurando novas maneiras de se relacionar com elas. E por isso também tem interesse em viver e ver as milfs em ação. 

Na realidade, as milfs exalam sensualidade, poder - por tudo o que já viveram e experimentaram - e despertam, acima de tudo, a conquista nos homens. Com isso, se tornam desejadas e são taxadas como símbolos sexuais. Tudo de forma positiva.

E mais, as mulheres mais maduras se mostram vividas, confiantes, estabelecidas profissionalmente, poderosas e mais atraentes. Por tanto, o interesse dos homens ganhou força. Não só por se relacionarem com as milfs, mas também por vê-las em cenas adultas.

É por isso que as milfs fazem sucesso e dominam esse mercado erótico. Mais do que isso: a categoria está com os dias contados - mas no bom sentido. Agora, a nova expressão será MHIP, algo como mulheres ardentes, inteligentes e em sua melhor fase de vida. A expoente é Brigitte Macron, a primeira-dama francesa.

A expressão é ainda mais necessária e bem-vinda. Mesmo que seja um rótulo, é positivo e gera buzz para essa categoria tão admirada e desejada pelos homens. Vamos decidir, juntos, o assunto da próxima coluna? Já segue meu Instagram @danni_cardillo e me envia por direct o que você gostaria de ver por aqui, te vejo na semana que vem... 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do CENAPOP.