Ana Karolina na pele de Ágatha, em Avenida Brasil, e atualmente - Foto: TV Globo e Reprodução/ Instagram Interprete de Ágatha, a filha de Carminha (Adrina
Redação Publicado em 28/09/2018, às 10h49
Interprete de Ágatha, a filha de Carminha (Adrina Esteves) em Avenida Brasil, Ana Karolina, que acaba de completar 18 anos, se assumiu lésbica e hoje trabalha como DJ em uma boate gay.
Criada por pais gays, a atriz contou que teve certa dificuldade para falar com os pais sobre sua opção sexual, e que só falou abertamente com eles sobre o assunto há cerca de um ano:
“Nunca escondi, mas também nunca falei com todas as letras. Até por conta dos meus pais, porque eu sei da exposição que isso causaria para eles. Mas eu acho que agora cada um está tendo a sua vida. Eu sou lésbica, e não é porque eu fui criada por pais gays. Esse julgamento é o meu maior medo”, explicou.
Ao jornal Extra, Ana Karolina revelou que os pais Fábio Lopes e João Paulo Afonso ficaram aflitos após ela revelar sua homossexualidade:
“Contei um pouco antes de sair de casa. Eles tiveram uma reação um pouco controversa. O medo deles seria de eu passar por coisas ruins, como as que eles devem ter passado. Eles me apoiam, perguntam se eu estou namorando e respeitam as minhas escolhas. Já vi muitos comentários no Instagram dizendo que eu ia ser lésbica porque os pais são gays, mas se dependesse dos meus pais, eu ia ser o hétero mais hétero do mundo, eu ia gostar de homem, porque a vida inteira eu vi eles falando de homens bonitos e isso e aquilo. E outra: os meus pais queriam que eu fosse a princesinha. Então, não tinha sentindo nenhum eu ser ‘sapatão’”, continuou.
À publicação, a artista explicou que aproveita a fama que ganhou na TV para atuar em causas em prol da comunidade LGBTQ+.
“Hoje em dia, eu sou muito mais ativista. Aqui em Campo Grande, vou na Parada Gay, tenho um trabalho com a casa que abriga homossexuais despejados de casa. É uma causa muito linda. Eles fazem sarau, eu toco e canto. A casa em que etoco (como DJ) é uma casa LGBT. E sempre que eu posso, eu divulgo as drags”, disse.
Engajada, Ana Karolina – que hoje usa o nome artístico de Karol Lannes – acredita que o momento atual favorece a briga pelo fim do preconceito:
“São poucas as atrizes que são assumidas, porque elas têm muito medo de rejeição. ‘Ah, dizem que uma sapatão não pode fazer um papel hétero’. Quantos anos já faz que essas atrizes têm essa sexualidade? Desde sempre. E por que agora? Porque agora a gente está tendo uma voz que vai contra uma voz que está nos difamando e nos ameaçando. Na época da escola, uns moleques pegavam no meu pé quando eu não queria ficar com eles, mas só. Não sofro preconceito, mas ele existe. Eu só ando com pessoas que eu sei que vão me aceitar do jeito que eu sou”, completou.
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