Batman: Despertar terá episódios liberados semanalmente no Spotify; estreia acontece nesta terça (03/05)
Redação Publicado em 03/05/2022, às 15h28 - Atualizado às 15h35
O Spotify lança nesta terça-feira (03/05) a sua nova obra de ficção em formato de áudio série; e, pela primeira vez, baseada em um personagem de quadrinhos. "Batman: Despertar", está estreando em nove países diferentes em simultâneo: Brasil, Estados Unidos, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão e México, cada um com sua equipe de dubladores locais.
Analisamos, com a cortesia do Spotify, os três primeiros episódios da trama, e pudemos conferir com antecedência o que essa história oferece ao ouvinte. Essa nova atração no Spotify vem em seguida de "Paciente 63", estrelada por Seu Jorge e Mel Lisboa, que chegou recentemente na sua segunda temporada e fez barulho com uma história de ficção científica muito bem interpretada.
Diferente do que fizeram com essa áudio série, "Batman: Despertar" terá episódios lançados semanalmente. Então, quem tem ansiedade e gosta de acompanhar tudo de uma vez só, vai sofrer um pouquinho.
A história acompanha a rotina de Bruce Wayne trabalhando como patologista forense em Gothan City. O Batman mesmo está desaparecido, já que Bruce perdeu as memórias de quando era o herói. Trabalhando no IML da cidade, ele é o responsável por analisar os corpos das vítimas de um vilão chamado O Ceifador, que vem aterrorizando os moradores da cidade.
Depois de uma série de situações que não vamos detalhar para não dar spoiler logo no começo, Bruce Wayne fica obcecado com o Ceifador e resolve investigar por conta própria. No entanto, ele acaba afastado do trabalho e enviado para ser tratado por um psicólogo chamado Dr. Hunter, que se mostra um tanto quanto estranho, o que desperta alguma desconfiança. Ao mesmo tempo, Barbara Gordon, responsável pela polícia da cidade, precisa pedir ajuda para deter O Ceifador, e vai até o segundo melhor detetive de Gothan: ninguém menos que o Charada.
O que a gente percebeu nos episódios que analisamos de "Batman: Despertar", é que se trata de um trabalho para ir fundo na mente de Bruce Wayne, de longe um dos personagens mais intensos da história dos quadrinhos. O roteiro dessa áudio série foi criado por David S. Goyer, responsável por "O Cavaleiro das Trevas", filme de 2008 dirigido por Christopher Nolan e que deu um Oscar póstumo para Heath Ledger, que interpretou o Coringa. O enredo avança como um thriller psicológico, o que é ótimo, porque vai instigando o ouvinte com revelações feitas gradualmente, e algumas pistas falsas para deixar tudo ainda mais interessante.
Outro ponto que a gente tem que levantar aqui é o grandioso trabalho de voz feito pelos atores convocados para dar vida aos personagens. Na versão americana, quem faz o Bruce Wayne é o Winston Duke, que interpreta o M’Baku nos filmes do Pantera Negra. Na versão brasileira, a missão ficou nas mãos de Rocco Pitanga, que se sai muito bem na tarefa: com a voz, ele consegue demonstrar todas as “fases” do personagem, passando a emoção necessária para tornar ele muito crível.
Outras vozes que aparecem com grande destaque são a de Hugo Bonemer, que faz O Ceifador, Tainá Muller, que faz a Bárbara Gordon, e o Augusto Madeira, que faz o Charada. Além deles, também está no elenco a Camila Pitanga, irmã do Rocco, que faz a voz de Kell. Todos conseguem excelentes resultados em suas participações, o que pode ser creditado tanto ao talento individual dos atores como também pela direção feita pelo Daniel Rezende, diretor de cinema que fez "Bingo: O Rei das Manhãs", os filmes da Turma da Mônica em live-action e foi indicado ao Oscar como montador de "Cidade de Deus".
Os episódios que ouvimos deixam claro que "Batman: Despertar" vai brincar com a nossa percepção do que realmente está acontecendo na história, deixando pontas soltas que só vão ser amarradas lá na frente, em algum dos episódios que virão – e são 10 no total. O que podemos dizer com certeza é que é um produto que vale a pena. A parceria entre o Spotify, a DC e a Warner Bros tem tudo para se consolidar, já que a ideia é adaptar para o formato outros heróis do mesmo universo.
Se for para ter o mesmo resultado alcançado com Batman Despertar, é bem possível que o projeto na totalidade sirva para inaugurar uma tendência que vem sendo ensaiada já tem um tempo: a dos filmes em áudio. Esse é um mercado que está crescendo e que tem muito para expandir. Batman Despertar consegue, até onde nós conferimos, um resultado imersivo e muito bem pensado para deixar o ouvinte curioso e interessado. Assim como em "Paciente 63", o trabalho de voz e um roteiro cheio de reviravoltas podem transformar essa produção aqui em um sucesso real. Tomara que sim, porque merece.
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