Operações Especiais - Foto: Divulgação Na cidade fictícia de São Judas do Livramento, a população está chocada com o assassinato de duas crianças. Preocupado
Fabiano de Abreu Publicado em 27/01/2016, às 15h46 - Atualizado em 28/01/2016, às 15h54
Na cidade fictícia de São Judas do Livramento, a população está chocada com o assassinato de duas crianças. Preocupado com a violência crescente no lugar, o governo recruta o delegado mais ficha limpa da corporação (Marcos Caruso) para executar uma força-tarefa. No começo, com a aplicação de leis rígidas, o trabalho até dá resultados, mas, a população começa a desaprovar a forma como a polícia passa a agir.
Este é um pequeno resumo do filme Operações especiais. Com a participação dos atores Fabrício Boliveira, Thiago Martins, Marcos Caruso, Cleo Pires, entre outros atores globais, o filme trata da realidade de uma policial civil no Rio de Janeiro recém-formada (Cleo Pires), que foi convocada para participar de uma força tarefa por engano, tudo por que o seu nome de trabalho tinha conotação masculina.
O filme quer retratar o descaso que a mulher sofre em atividades de alto risco, mas, pelo roteiro fraco, e com uma dramatização não grandes coisas da atriz Cléo Pires, o assunto não foi tão explorado como deveria. Pelo fato de ser um tema tão complexo, se tornou pobre no conteúdo por não sair da mesmice. Repetindo o que vem sendo feito sempre em boa parte de filmes brasileiros. A temática é sempre sobre algum problema crônico da “realidade nacional”… Ninguém propõe nada de diferente ou original nesse sentido. Não pode existir um bom filme de aventura nacional? Há falta vontade de fazer a coisa acontecer direito. Falta originalidade. Falta inovação e sangue novo nas telas.
Falando agora do áudio visual do filme, qualquer pessoa com a mais baixa instrução do universo midiático, percebia os cortes de cenas rápidas e brutas, com uma fotografia não das melhores, cenas impressionantes com dublagem dos próprios atores, se não teve, parecia muito. Fico triste por saber que ainda estamos longe de fazer cenas de ação decentes, tendo que recorrer a truques, como filmar em 1ª pessoa, para esconder a dificuldade que os cineastas brasileiros têm de fazer cenas de ação.
O Brasil é o único país que tem uma lei onde filmes produzidos em solo nacional recebem um ajuda direta do governo, assegurado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313 de 23 de dezembro de 1991), que institui politicas públicas para a cultura nacional, como o PRONAC – Programa Nacional de Apoio à Cultura. Essa lei é conhecida também por Lei Rouanet
O percentual disponível de 6% do IRPF para pessoas físicas e 4% de IRPJ para pessoas jurídicas, ainda que relativamente pequeno permitiu que, em 2008, fossem investidos em cultura, segundo o MinC (Ministério da Cultura) mais de R$ 1 bilhão. Dai você se pergunta: O que falta então para o Brasil produzir bons filmes? O que falta são roteiristas, diretores que não explorem a decadência que o Brasil sofre como forma artística, tratando os assuntos tão importantes como o tráfico, as mortes e até no caso do filme, a exclusão da mulher de forma errônea e fraca, entre outros temas. Apesar de ter uma proposta interessante, Operações Especiais não consegue inovar e sofre com um roteiro confuso.
Bons filmes já foram feitos pelo Brasil como foi o caso do “Centra do Brasil” que foi indicado ao Oscar em 1999, que tinha como protagonista a atriz Fernanda Montenegro.
Ainda Temos grandes diretores e atores que desfrutam de ótimos trabalhos e de boas interpretações, como é o caso do ator Wagner Moura e do diretor José Padilha que têm em seu currículo filmes como Tropa de Elite 1 e 2 RoboCop, entre outros de grande sucesso. Atuando no seriado Narcos, produzido pela Netflix, Wagner Moura vive na pele de Pablo Escobar, um dos maiores traficantes de drogas da Colômbia e do mundo. Por esta atuação, o ator foi indicado ao Globo de Ouro, um dos prêmios mais importantes do mundo para profissionais de cinema e TV do mundo todo. Onde está o cinema Brasileiro? Será que tirou férias?
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