Nicole se sente orgulhose sua trajetória e atualmente apresenta o programa 'Pornolândia' no Canal Brasil
Redação Publicado em 21/04/2021, às 07h24
Lembrada como musa da pornochanchada, a atriz e apresentadora Nicole Puzzi, 62, diz não se arrepender de nada durante a época em que era símbolo sexual e ainda afirma ter orgulho de sua trajetória, em conversa com o site Gay Blog.
Atualmente apresentando o programa 'Pornolândia', no Canal Brasil, ela diz: "Eu sempre achei a nudez natural, até porque fui hippie na minha adolescência. Apesar de tantos comentários e preconceitos a respeito de minha nudez, eu fiz mais cenas de roupa do que sem. Nunca me arrependi de nada. Era e sou uma mulher forte, independente e autêntica. Não sei fingir sem ter um roteiro em mãos."
"Admito e assumo tudo que fiz, até porque me orgulho em ter feito e sou muito querida por muita gente graças a esses filmes. Como não amar e ser amada por meu trabalho?". Por conta de sua imagem, Nicole diz que chegou a receber convites para fazer filme pornô, como em 2000 quando Rita Cadillac e Gretchen aceitaram fazer. No entanto, o cachê era mais baixo do que oferecido para outras celebridades na época.
"Não me interessei. Sempre fui incapaz de ter relações sexuais sem envolvimento emocional. Sou demissexual (alguém que depende de laço emocional para que sinta atração sexual). O valor do cachê foi apenas uma desculpa para recusar os convites", revela. A apresnetadora ainda relembrou de um dos seus filmes mais famosos, 'Ariella', em que vive um romance lésbico com a personagem da atriz Christiane Torloni.
Nicole foi vítimas de ataques, em 1980, quando o filme foi lançado, e afirma que prefere relembrar da discussão aberta do filme:
"Havia liberdade sexual, mas também havia machismo e misoginia. A reação ao filme foi ambígua: enquanto uns amavam, outros só enxergavam a 'sacanagem'. Muitos imaginavam que éramos lésbicas na vida real por protagonizar esta cena e, na época, ser uma mulher homossexual era algo duplamente condenável. No entanto, prefiro recordar o lado bom, a revolução no comportamento das lésbicas e da mulher cis hétero."
"O filme estimulou a coragem da liberdade lesbiana, mexeu com os desejos femininos e abriu caminho para a aceitação de identidade sexual", completou.
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