O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, falou sobre a personalidade portelense e lamentou sua morte. "Dona Neném era a maior referência viva feminina da Portela. Mesmo nem sempre fisicamente presente, tínhamos a certeza de sabermos que ela estava sempre ali, no alto daquela casa, olhando por todos nós e por nossa história. Por nós que sempre precisamos tanto dela", lamentou.
"Era uma das integrantes mais antigas e admiradas da Portela. Conheceu o lendário Paulo da Portela e testemunhou a evolução a Azul e Branco de Madureira. Seu irmão, Lincoln, foi parceiro do fundador Paulo, violonista e membro da Velha Guarda Show da Portela", complementou.
Conhecida por seu talento na cozinha, Dona Nenem era também muito admirada por ser uma pessoa extremamente acolhedora com todos com quem conversava. Mesmo em idade avançada, sempre fazia questão de dar entrevistas e depoimentos para falar sobre as histórias que presenciou no carnaval carioca.
Dona Neném casou com Manacéa em 1951, e com ele teve três filhos. Nos anos 70, o quintal de sua casa na Rua Dutra e Melo (renomeada como Compositor Manacéa após a morte do artista) virou ponto de encontro para os maiores nomes do samba.
A última vez em que esteve na quadra da Portela foi em agosto do ano passado.
Em dezembro do ano passado, Dona Nenem recebeu a Medalha Pedro Ernesto, maior honraria concedida pela Câmara Municipal do Rio. A iniciativa foi do vereador Tarcísio Motta, do PSOL.