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Morre Dona Neném, ícone da Portela, aos 95 anos

Veterana morreu em casa, após sofrer de infecção urinária

Dona Nenem, personagem importante do carnaval carioca e do samba em geral - Reprodução/Grupo Globo
Dona Nenem, personagem importante do carnaval carioca e do samba em geral - Reprodução/Grupo Globo

Redação Publicado em 04/05/2020, às 13h00

Morreu nesta segunda-feira (04/05), um dos ícones da escola de samba Portela. Dona Nenem, de 95 anos, era considerada uma das baluartes da agremiação.

Yolanda de Almeida Andrade era viúva do compositor Manacéa, considerado um dos grandes nomes da agremiação em toda a sua história. De acordo com familiares, Dona Nenem estava com infecção urinária e faleceu em sua casa.
Até o momento, a família não informou horários de velório e sepultamento.
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Morre Dona Neném, baluarte da Portela e viúva do compositor Manacéa A Portela está de luto. Morreu, na madrugada desta segunda-feira (4), aos 95 anos, Yolanda de Almeida Andrade, a dona Neném, viúva do compositor Manacéa e baluarte da escola. Segundo familiares, a sambista estava com uma infecção urinária e faleceu em casa. "Dona Neném era a maior referência viva feminina da Portela. Mesmo nem sempre fisicamente presente, tínhamos a certeza de sabermos que ela estava sempre ali, no alto daquela casa, olhando por todos nós e por nossa história. Por nós que sempre precisamos tanto dela", lamentou o presidente Luis Carlos Magalhães. Dona Neném era uma das integrantes mais antigas e admiradas da Portela. Conheceu o lendário Paulo da Portela e testemunhou a evolução a Azul e Branco de Madureira. Seu irmão, Lincoln, foi parceiro do fundador Paulo, violonista e membro da Velha Guarda Show da Portela. Casou-se com Manacéa em 1951. Em seguida, nasceram os filhos Helo, Ana e Áurea Maria, que é pastora da Velha Guarda e membro do Conselho Deliberativo da escola. A partir de 1970, dona Neném viu o quintal de sua casa, na Rua Dutra e Melo (atual Compositor Manacéa), transformar-se em um ponto de encontro dos bambas da Azul e Branco para ensaios, rodas de samba e gravações. O sucesso da canção "Quantas Lágrimas", gravada no primeiro disco da Velha Guarda, "Portela, Passado de Glória", em 1970, e depois por Cristina Buarque, em 1974, trouxe reconhecimento ao grande compositor Manacéa, que iniciara sua história gloriosa na escola bem antes, ao vencer sambas-enredos na década de 1940. O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão e toda a diretoria da Portela lamentam profundamente o falecimento de dona Neném e se solidarizam com seus familiares e amigos.

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Em janeiro, ela recebeu homenagem do Departamento Cultural da Portela quando da comemoração do primeiro ano da lei municipal que criou o Perímetro Cultural de Oswaldo Cruz. Sua casa foi a última parada da comitiva que percorrera endereços importantes na história da Portela.

O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, falou sobre a personalidade portelense e lamentou sua morte. "Dona Neném era a maior referência viva feminina da Portela. Mesmo nem sempre fisicamente presente, tínhamos a certeza de sabermos que ela estava sempre ali, no alto daquela casa, olhando por todos nós e por nossa história. Por nós que sempre precisamos tanto dela", lamentou.

"Era uma das integrantes mais antigas e admiradas da Portela. Conheceu o lendário Paulo da Portela e testemunhou a evolução a Azul e Branco de Madureira. Seu irmão, Lincoln, foi parceiro do fundador Paulo, violonista e membro da Velha Guarda Show da Portela", complementou.

Conhecida por seu talento na cozinha, Dona Nenem era também muito admirada por ser uma pessoa extremamente acolhedora com todos com quem conversava. Mesmo em idade avançada, sempre fazia questão de dar entrevistas e depoimentos para falar sobre as histórias que presenciou no carnaval carioca.

Dona Neném casou com Manacéa em 1951, e com ele teve três filhos. Nos anos 70, o quintal de sua casa na Rua Dutra e Melo (renomeada como Compositor Manacéa após a morte do artista) virou ponto de encontro para os maiores nomes do samba.

A última vez em que esteve na quadra da Portela foi em agosto do ano passado.

Em dezembro do ano passado, Dona Nenem recebeu a Medalha Pedro Ernesto, maior honraria concedida pela Câmara Municipal do Rio. A iniciativa foi do vereador Tarcísio Motta, do PSOL.