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Ex-Mulher Abacaxi diz se arrepender de ter posado para capa de revista: "Objetificação dos nossos corpos"

Conhecida como Mulher Abacaxi, ela agora quer contribuir no empoderamento trans

Marcela Porto ficou conhecida como Mulher Abacaxi - Foto: Reprodução / Allan Bertozzi
Marcela Porto ficou conhecida como Mulher Abacaxi - Foto: Reprodução / Allan Bertozzi

Redação Publicado em 28/06/2021, às 16h49

Marcela Porto, que ficou conhecida como Mulher Abacaxi, começou a aparecer na mídia há quase dez anos, quando cantou em um DVD da Furacão 2000. Para se manter na mídia, ela trilhou um caminho comum: foi musa de escola de samba, fazia ensaios sensuais e até protagonizou um ensaio nua para capa da revista Mais Jr. 

"Hoje me arrependo desse ensaio. Era um ensaio belíssimo, nada erótico, mas acho que contribuí para objetificação dos nossos corpos. E nossos corpos já são objetificados. O Brasil é o país que mais consome pornô com transexuais e onde mais acontecem assassinatos de pessoas trans. A nossa realidade não é fácil. Hoje só faria fotos assim dentro de um contexto e pela arte", disse ela.

A empresária falou sobre o Dia do Orgulho LGBT, celebrado nesta segunda-feira (28/06). 

Tenho muito orgulho de ser uma mulher trans. Acho que nós temos duas opções: sermos infelizes, termos uma vida de mentira, sermos aquilo que não somos ou sermos mulheres fortes, porque o mundo obriga uma mulher trans a ser forte. Eu escolhi ser o que sou. E sou muito feliz assim.


Atualmente, Marcela é carreteira, dona da MS Minérios e chefia 10 funcionários. A empresa de transporte de minérios, com 8 caminhões e uma retroescavadeira, está sediada em Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Recentemente, a empresária conseguiu a habilitação categoria E (permissão para dirigir veículos acoplados ou articulados). Porto dirige caminhão desde os 12 anos.

A trajetória profissional de Marcela é diferente da maioria das mulheres trans. Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 90% desse público é obrigado a recorrer à prostituição para se sustentar.

Apesar dos obstáculos, Marcela disse em entrevista recente que é preciso ir atrás dos objetivos. "Nós, pessoas trans, podemos estar onde quisermos e ser o que quisermos, basta acreditar e não deixa que nada nem ninguém destrua nossa autoestima", aconselhou.