Maitê Proença também comentou sobre como começou relação com Adriana Calcanhotto
Redação Publicado em 24/03/2022, às 08h29 - Atualizado às 08h40
Maitê Proença voltará aos palcos nesta sexta-feira (25/03) para apresentar a sua peça autobiográfica, "O Pior de Mim", no Teatro Prudential, no Rio de Janeiro. O trabalho já teve temporadas digitais de grande sucesso e, agora, terá a presença de público pela primeira vez.
A artista de 64 anos concebeu a peça durante a pandemia de covid-19, quando também iniciou o seu relacionamento com Adriana Calcanhotto. "Era o princípio (da pandemia), eu não colocava o nariz para fora de casa, minha filha carregava minha primeira neta na barriga, era a única pessoa que eu via, quando nos visitávamos, muito raramente, e eu não podia contaminá-la. Estava sozinha e com medo da volta que o mundo deu, do desconhecido, do futuro", disse ela em entrevista para a "Quem" nesta quinta (24/03).
Segundo Maitê, a solidão é uma das maneiras de ir mais longe no autoconhecimento. "Sou uma buscadora do autoconhecimento, é minha praia, com ou sem pandemia. Mas com as fake news em alta, as pessoas enclausuradas e limitadas às mídias sociais - um mundo de gente feliz, repleta de amigos bem-sucedidos - e aos reality shows, com personagens bem pensados para ganhar o milhão, expor o pior de mim seria um antídoto para mentira toda", relatou.
Tomei uma injeção de coragem e fui olhar onde eu errei pesado. Porque me equivoquei tanto. Porque ergui muros onde eu devia ter construído pontes? O que eu não via que só enxergo agora? Quando todo mundo assistia a uma estrela radiante e bem-sucedida, o que de fato estava acontecendo por dentro? Tudo isso eu coloquei na peça e no livro, que é diferente da peça, mas partiu do mesmo rascunhão.
Falar sobre seus medos com o público tem ajudado a lidar com o passado, segundo a atriz: "Acho que cada vez que faço no palco, sai mais obstáculo do meu corpo", explicou, ressaltando que a decisão de se tornar atriz foi uma das mais complicadas de sua vida. "A escolha de ser atriz e ter que lidar com a exposição pública, quando não havia nem começado a lidar com as feridas internas", relembrou.
Maitê frisou ainda que não se esforçou para não deixar seus problemas pessoais interferirem em sua vida no trabalho. "Sou uma otimista, acordo cantando. Fiz opção pela alegria. A vida nem sempre facilita, mas se a gente quiser, olha os perrengues de forma que consegue lidar com eles. Olhar para fora em vez do umbigo também ajuda muito. O mundo é vasto e interessante", finalizou.
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