Atriz tomou a decisão após ter conhecido drama de mães
Redação Publicado em 05/02/2021, às 09h41
A atriz Letícia Spiller se mostrou bastante disposta para ajudar causa sociais e decidiu entrar em um novo projeto humanitário, se aproximando da ACNUR, uma agência da ONU para refugiados.
Sua parceria com a agência deu início em 2020, pouco antes da pandemia de Covid-19. Letícia decidiu se dedicar à causa após conhecer o drama das mães refugiadas. Em conversa com o Gshow, ela explicou:
"Entre tantas questões, foram as mães, que são forçadas a abandonar tudo com seus filhos bebês, que mais me tocou. Muitas vezes são bebês de colo... Uma família inteira! Elas precisam sair de suas casas, do seu lar e do seu país de origem para salvar a vida dos seus filhos. Elas passam fome, enfrentam condições extremas".
"São mulheres guerreiras em prol da vida dos seus filhos. Mas são muitas outras histórias, umas diferentes das outras, que tocam o nosso coração. Não tem como não tocar". A atriz pretende se unir a ACNUR, após o fim da pandemia, para poder conhecer melhor a necessidade dos refugiados.
"Com esses encontros quero promover interações e trocas. Que a gente possa estar junto nessa causa e, ao mesmo tempo, mais próximos. Poder vivenciar essas histórias de perto. Quem sabe, formar parcerias com algumas pessoas. O que eu pretendo fazer vai vir muito desse trabalho. Do trabalho de campo".
Ela continuou: "Não é nada pensado agora. Vai surgir naturalmente do meu trabalho com o ACNUR e com os próprios refugiados". A atriz afirma que se encantou com a história da venezuelana Adriana Camargo, 33, formada em Gerência e Administração de Recursos Humanos. Adriana costumava ser atleta de escalada esportiva na Venezuela, no qual treinava todos os dias e recebia um salário mínimo, além de refeições diárias do governo. Quando o país ficou em crise, ela teve que abandonar tudo.
O ompanheiro de Adriana conseguiu uma vaga de mestrado na Universidade de Brasília, onde foram morar na capital, trabalhando de doméstica e na cozinha de um restaurante da cidade. Adriana decidiu fazer Torta Negra, que aprendeu com a tia, depois de se mudarem para São Paulo. Ela conseguiu abrir um espaço na cidade e começou a vender pratos típicos venezuelanos.
A ACNUR decidiu criar um e-book chamado Prato do Mundo, no qual a receita dela e de outros refugiados foram reunidas, e que pode ser adquirido no site da entidade de graça. Além do prato da Venezuela, também encontram-se receitas de refugiados também da Síria e da Colômbia que vieram para São Paulo.
Letícia, então, decidiu reproduzir a receita da Torta em casa e aprovou o resultado final: "A ideia de fazer o bolo surgiu justamente por eu ser uma pessoa que adora cozinhar e aprender novas receitas. E poder participar desse trabalho, do Prato do Mundo, com várias receitas de várias partes do planeta, de refugiados de vários países, que lançou agora no Natal".
"Amei a receita, uma delícia. O que mais me encantou foi o licor. Porque as frutas secas e as castanhas ficam banhadas nele de um dia para o outro. Então, o bolo tem esse gostinho". A atriz afirma que espera que os Direitos Humanos se estendam também para a educação e inclusão, após ter se tornado parceira da entidade: "O ACNUR alcançou muitas coisas, mas ainda falta que os refugiados tenham respaldo jurídicos em relação à educação e à inclusão. Muitas vezes, uma pessoa consegue se refugiar em um país, mas não consegue trabalhar, estudar".
"Então, expandir isso, em termos de educação, oferecer mais bolsas e também melhorarmos a nossa educação para oferecermos isso para essa causa. E trabalhar a inclusão social. Para que eles tenham oportunidades. Recomeçarem suas vidas com novos trabalhos, novas chances. Isso é o que mais desejo. Que a gente seja um só", finalizou Letícia.
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