Jô Soares deu um depoimento sobre a Copa do Mundo de 1950 para o sportv
Redação Publicado em 02/09/2022, às 09h38
O início do mês passado ficou marcado pela morte de um dos maiores talentos da televisão brasileira. Jô Soares morreu no último dia 5 de agosto, aos 84 anos. Um pouco antes de ser internado, o apresentador, escritor, ator e humorista gravou do escritório de sua casa um depoimento sobre uma parte de sua rica história que era pouco conhecida do público: o envolvimento com a Copa do Mundo de 1954, na Suíça.
O material inédito será exibido neste domingo, às 22h30, no segundo episódio do ‘Que Copa É Essa?’, do sportv. Apresentado por André Rizek, Paulo César Vasconcellos e Paulo Vinícius Coelho, o programa também lembrará a Copa de 1950, disputada no Brasil. “Foi muito marcante ter este último registro dele, ainda mais por se tratar de alguém que tenho admiração profunda”, ressalta André Rizek.
Em 1954, Jô Soares estudava na Suíça, sede da quinta edição da Copa do Mundo, e acompanhou in loco a campanha brasileira. Jô lembrou que, aos 16 anos, foi um dos poucos torcedores a recepcionar os jogadores da seleção no hotel e não entendia a frustração do time depois do empate com a antiga Iugoslávia na fase de grupos. “Eu me lembro do time todo dentro do ônibus chorando. Eu e o Ricardo Ascar, que era um amigo que estava lá comigo, perguntávamos: 'vocês estão chorando por quê? Nós classificamos'. E eles diziam: 'Ah, garotos, vão embora'", contou o apresentador.
A Copa do Mundo de 1954 ficou marcada pela grande campanha da Hungria, algoz dos brasileiros nas quartas de final. A equipe de Puskas foi até a decisão, eliminando na semifinal os uruguaios, que defendiam o título de 1950, conquistado em cima do Brasil, dentro do Maracanã. Venceram, portanto, os dois finalistas da última edição – ambos por 4 a 2 – até serem derrotados pela Alemanha Ocidental e ficarem com o vice-campeonato.
“Foi uma Copa incrível. Quando o futebol da Hungria foi mostrado ao mundo. Os húngaros eram absolutamente superiores e deram um baile em nós. Para se ter uma ideia de como o futebol deles já era diferente, antes de começar o jogo, eles já ficavam jogando bola no vestiário e entravam quentes. Enquanto os outros times, inclusive o nosso, entravam em campo para começar a aquecer no início do jogo”, lembrou Jô Soares.
COLUNISTAS