Herson Capri estreará com "A Vela", em março, no Rio de Janeir
Redação Publicado em 22/02/2022, às 08h52
Estreando na peça A Vela, no próximo mês no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro, Herson Capri fala sobre a abordagem da homofobia na produção, onde interpreta um senhor que expulsou o filho de casa após não concordar com sua sexualidade.
Em entrevista à Quem, Capri explica a importância do assunto na peça: "Basta a gente ler e se interessar pelos movimentos culturais que nos cercam para entender a importância dessa peça. Está tudo à nossa volta, o racismo, a transfobia, a homofobia, a discriminação social. É preciso combater esses atrasos."
O ator prosseguiu: "O teatro existe para isso. Fiquei surpreso com a qualidade da dramaturgia e com a pertinência do conteúdo. É um libelo aprofundado contra os preconceitos dentro de uma história simples e muito bem narrada. É poético! Essa importância do conteúdo traz uma energia especial para o ator na hora de entrar em cena", disse. Herson ainda demonstra orgulho ao garantir que sente paz por educar os filhos sem preconceitos.
"Direta ou indiretamente sempre passei para os filhos a necessidade de não aceitarem preconceitos e discriminações consigo mesmo e com os outros. Isso sempre foi exposto nas conversas normais do dia a dia e principalmente no próprio comportamento, que é sempre o melhor referencial para os filhos. Meus filhos são esclarecidos e curiosos, querem saber mais sobre cada assunto. A minha preocupação é justamente com essa parcela da população que defende os preconceitos e age na vida disseminando ódio contra minorias. É uma atitude burra e arrogante."
Questionado sobre o conteúdo do texto, ele diz que foi convidado por Leandro Luna, produtor do espetáculo e ator da peça, além do diretor Elias Andreato: "Por ser direção do Elias me interessei e li o texto. Fiquei surpreso com a qualidade da dramaturgia e com a pertinência do conteúdo". O artista ainda conta sobre "cancelar" personagens: "Acho difícil porque há uma ética necessária, tanto na dramaturgia quanto no entretenimento. O machismo já está sendo colocado como o vilão que ele realmente é faz tempo. A arte não comporta a defesa de raciocínios e comportamentos perniciosos."
"Ela os mostra, mas não os defende. E tem sido assim com os preconceitos. Eles são os vilões. A arte tem sido mais ética que a realidade", completou Capri.