Músico lançou, recentemente, o clipe polêmico "Patriota Comunista"
Redação Publicado em 26/07/2021, às 10h00
O músico Gabriel O Pensador fez uma reflexão e lamentou a alienação de brasileiros, durante conversa com o jornal Extra, e falou sobre seu mais novo lançamento, o clipe "Patriota Comunista".
Na canção, ele homenageia pessoas que se foram como Maradona, Paulo Gustavo, o menino Henry e até mesmo seu pai, Miguel Contino. No entanto, um grupo de pessoas e políticos de Uberlândia tentaram tirar seu clipe do ator: "Ficamos ressabiados com a maldade de quererem aparecer em cima de um trabalho sério. São pessoas que se aproveitam de questões polêmicas ou de visibilidade para firmar o seu posicionamento. Mas nem todo mundo é bobo e cai. Polêmicas geram curiosidade, mas eu dispenso."
"Foi uma dor de cabeça. Estávamos fazendo com um capricho minucioso. Não ficou como a gente gostaria", explicou ele, que também citou o ator Eduardo Galvão: "Citei o Eduardo e ainda nem mostrei para os amigos lá da pelada que a gente jogava. Pessoas que se foram poderiam estar aqui, se não tivesse sido assim. É um grito de desespero de brasileiro. Quero que abram mais os olhos antes de fechar a tampa do caixão. Para enxergar a vida e buscar um pouco de paz, antes do descanso eterno, que deveria ser a nossa única certeza. As pessoas estão muito cheias de certezas erradas."
Ele ainda refletiu: "Acham que ser patriota é pertencer a um grupo específico. Não é. Me recuso a enxergar o brasileiro por lados opostos, apesar de tudo que tá piorando ainda, como o antagonismo e a polarização. Vejo muito mais semelhanças do que razões para nos dividir em tribos políticas e ideológicas. Sempre gostei das nossas bandeiras e riquezas culturais. De repente, vemos isso deturpado e gente perdendo o prazer de vestir nossas cores. É para darmos um passo atrás e vermos quem se beneficia disso."
Gabriel também relembrou de temas que cantou durante a década de 90, além de ter resgatado músicas antigas: "Vejo a facilidade com que as pessoas viraram papagaios e repetem frases feitas e pensamentos rasos. Elas têm preguiça de se informar e dificuldade de interpretar a realidade. Jovens que deveriam lutar por liberdade de expressão, educação e defesa do meio ambiente muitas vezes vão no caminho oposto, desmerecendo o trabalho de cientistas e professores, por exemplo. As pessoas estão assumindo mais o seu preconceito", completou.
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