Franklin David contou um pouco de sua trajetória e relembrou preconceitos que sofreu
Redação Publicado em 21/01/2022, às 17h12
Prestes a realizar um de seus maiores sonhos, apresentar um programa sobre viagens, Franklin David relembrou sua trajetória até chegar à TV. Ele saiu do interior da Bahia sem ter nem onde ficar.
"Foi uma atitude corajosa. Eu não tinha dinheiro, não tinha onde ficar, mas peguei a mala e dei o pontapé inicial, que foi sair da minha cidade Botuporã, no interior da Bahia, que tem 10 mil habitantes. Eu cresci lá. Então, a noção de mundo que eu tinha era pela TV, porque nem internet eu tinha em casa", recorda.
Chegando em São Paulo, ele foi várias vezes vítima de preconceito por ser baiano, chegando ao ponto de ser agredido.
"Ao chegar em São Paulo, sofri preconceito por ser baiano. Na faculdade, eu escutava todos os dias piadas de alguém associando alguma atitude ruim de outra pessoa a um baiano. Diziam: 'Que baianinho burro. Tinha que ser baiano!', coisas desse tipo. Eu apanhei em uma balada por ser nordestino. Além de baterem em mim no banheiro, ainda tentaram colocar a minha cabeça na privada; por sorte o segurança chegou e impediu", lembra.
Antes de ser repórter e apresentador, Franklin fez diversos trabalhos. A situação financeira dele só melhorou depois que começou a trabalhar como modelo.
"Eu nunca tive medo de trabalho e comecei com 15 anos, alfabetizando alguns idosos. Depois, em São Paulo, fui operador de telemarketing e trabalhei em lojas de shopping pra conseguir pagar a faculdade, mas as coisas só melhoraram mesmo quando comecei a trabalhar como modelo. Foi depois disso que entrei na TV como repórter de um programa de celebridades", disse.
David acredita que o seu desejo de viajar pelo mundo começou pelo fato de morar em uma cidade muito pequena. "A minha vontade de sair daquele interiorzão e desbravar o mundo sempre foi gigantesca. Isso inclusive reforça o que eu disse de ter coragem em sair para São Paulo sem dinheiro, eu tinha apenas 650 reais no bolso para tentar a vida. Essas eram as minhas economias", conta ele.
Aos 22 anos, fez sua primeira viagem internacional. "Fui para o Chile e para a Argentina. Foi o momento em que eu viajei para fora já como modelo. Uma experiência de muito aprendizado, porque eu ainda era aquele garoto ingênuo de interior me deparando com as novidades do mundo e até da profissão como modelo, que era o meu começo", lembra.
Para quem tem uma situação financeira difícil, assim como ele tinha, e sonha com uma qualidade de vida melhor, Franklin deixa alguns conselhos.
"Vai parecer clichê, mas diria que o 'não' a gente já tem. Então, temos que buscar o 'sim' para os nossos sonhos. Eu era motivo de piada na minha cidade para algumas pessoas por gostar do universo da TV, por dizer que queria trabalhar com isso. As pessoas diziam que eu nunca iria conseguir, que eu era pobre, morava numa cidade pequena, que jamais teria acesso a nada disso. E hoje eu confesso que foi um tesão contrariar essas pessoas", finaliza.
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