O ator tem investido na escrita enquanto cumpre o isolamento social por conta do coronavírus
Redação Publicado em 11/04/2020, às 11h47
Aos 24 anos de idade, João Côrtes se preparava para assumir novos projetos profissionais quando a pandemia do coronavírus praticamente paralisou toda a produção cultural no país.
Por causa disso, ele precisou alterar tudo. Projetos foram realocados e adiados, e por isso, o ator teve mais tempo para se dedicar à escrita. Durante o período de quarentena, João tem finalizado o roteiro de seu segundo longa-metragem. O primeiro foi Nas mãos de quem me leva, que ainda não lançado.
"Quero sempre sair do óbvio, do clichê, do estereótipo. Essa é minha busca. Meu próximo roteiro tem um protagonismo feminino potente e muito contraditório. É o que eu posso dizer no momento... Meu outro roteiro, que ainda estou bem no começo, é uma narrativa LGBTQIA+", disse o ator, cantor e apresentador em entrevista para a Revista Quem deste sábado (11/04).
"Sempre amei escrever. Desde pequeno, tenho uma relação íntima com as palavras. Gostava de escrever cartas para as pessoas, para meus pais. A partir dos meus 12, 13 anos, comecei a escrever histórias, textos, crônicas, poemas, desabafos, enfim... Minha mente sempre foi muito fértil", frisou.
Ele continuou: "Sempre senti a necessidade de expressar meus sentimentos, ideias, minhas epifanias pela escrita. Tenho muitos curtas e textos escritos, alguns inacabados. No meio de 2017, resolvi escrever meu primeiro longa. Já queria fazer isso há um tempo. Descobri um prazer imenso, não só em escrever roteiros, mas em dirigi-los. Tem sido um processo de descoberta desse novo amor superinstigante", relatou.
Sobre Flush, curta-metragem que ele escreveu e atuou, João comentou: "Posso dizer que o filme vai abordar um tema ainda não muito discutido: identidade de género, não-binariedade. A liberdade de expressão do corpo e da mente. É por aí", comentou.
Então, passou a explicar o roteiro: "Dois jovens, Tom e Sarah, ficam presos em um banheiro de um colégio americano, durante a madrugada, em uma situação inusitada. Duas pessoas completamente diferentes, de raízes distintas, e que terão que conviver juntos e se entender durante essa noite nesse banheiro. Através dos diálogos, aspectos psicológicos e comportamentais da nossa sociedade atual são trazidos à tona, fazendo o espectador refletir sobre o que significa ser livre", ponderou.
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