Casa Gucci estreou na semana passada e é estrelado por Lady Gaga e Adam Driver
Redação Publicado em 29/11/2021, às 15h59
Os herdeiros da família Gucci, retratada no filme "Casa Gucci" -- que estreou na semana passada nos cinemas brasileiros -- emitiu um comunicado afirmando que a representação feita de seus membros é equivocada e um "insulto ao legado" deixado por eles.
O longa de Ridley Scott é estrelado por Lady Gaga, Adam Driver, Al Pacino, Jeremy Irons e Jared Leto, e conta a história de Patrizia Reggiani, responsável por ordenar a morte de seu ex-marido, Maurizio Gucci, então herdeiro de uma das maiores marcas do mundo da moda. Além disso, o filme também faz um retrato da administração da empresa entre os anos 70 e 90, quando passaram por profundas crises.
O comunicado da família Gucci foi publicado pela "Variety" nesta segunda-feira (29/11). Nele, os herdeiros de Aldo Gucci (interpretado no filme por Pacino) afirmam que o trabalho traz imprecisões a respeito da história dos envolvidos.
"A produção do filme não se preocupou em consultar os herdeiros antes de descrever Aldo Gucci -- presidente da empresa por 30 anos -- e os membros da família Gucci como bandidos, ignorantes e insensíveis aos mundo ao seu redor", diz um trecho do texto.
Em seguida, apontam que o longa-metragem atribui "tom e atitude" aos retratados que não corresponde ao que eram na vida real. "Isso é extremamente doloroso do ponto de vista humano e é um insulto ao legado em que a marca é construída hoje".
Os herdeiros atacaram a representação de Reggiani, interpretada por Gaga: "Mais questionável ainda é a reconstrução que se torna mistificadora quase ao ponto do paradoxo ao chegar a sugerir um tom indulgente a uma mulher que, definitivamente condenada por ter sido a instigadora do assassinato de Maurizio Gucci, não é pintada apenas no cinema, mas também nas falas dos elenco, como uma vítima que tentava sobreviver numa cultura corporativa masculina e machista".
Por fim, os herdeiros de Aldo Gucci refutaram a ideia de que as mulheres eram escanteadas na hierarquia da empresa. "Na verdade, precisamente na década de 1980 -- o contexto histórico em que o filme se passa --, as mulheres ocupavam vários cargos importantes; fossem elas integrantes da família ou não", afirmou o documento.
Gucci é uma família que vive honrando o trabalho de seus ancestrais, cuja memória não merece ser perturbada para encenar um filme que não é verdadeiro e que não faz justiça aos seus protagonistas. Os membros da família Gucci se reservam todo o direito de proteger o nome, a imagem e a dignidade de seus entes queridos.
Não foi apenas a família Gucci que reclamou do filme: a própria Patrizia Reggiani havia dito, no começo do ano, que Gaga não a procurou para falar sobre o papel no longa-metragem, que vem sendo cotado para a temporada de premiações.
"Estou irritada com o fato de Lady Gaga estar me retratando no novo filme de Ridley Scott sem nem mesmo ter a cortesia ou o bom senso de vir me conhecer antes", disse ela em entrevista à Ansa, agência nacional de notícias da Itália.
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