Ben Whishaw interpretou Q nos últimos filmes de 007
Redação Publicado em 01/02/2022, às 10h26
Ben Whishaw, intérprete do personagem Q nos últimos filmes da cinessérie 007, revelou que não gostou muito do fato do personagem ter se revelado homossexual no último longa-metragem da franquia, "Sem Tempo Para Morrer".
O ator, que é gay na vida real, lamentou que o roteiro tenha feito essa revelação para o público em entrevista ao jornal britânico "The Guardian". Ele afirmou que recebeu apenas uma mensagem positiva sobre essa cena, o que permitiu que ele expressasse seu descontentamento. "Estou muito feliz em admitir que talvez algumas coisas não tenham sido ótimas nessa decisão (criativa)", afirmou.
Ele disse, no entanto, que não acredita que o estúdio se viu forçado a trazer a representatividade LGBTQIA+ para os filmes de Bond. "Acho que isso veio de uma boa intenção", garantiu o ator, mas confessou ter ficado preocupado quando a produtora da saga, Barbara Broccoli, lhe explicou a cena há alguns anos.
Ao ler o roteiro pronto, Whishaw se disse decepcionado. “Acho que pensei: 'Estamos fazendo isso e depois não fazemos nada com isso?'. Lembro-me, talvez, de sentir que isso era insatisfatório”.
"Por alguma razão, não contestei ninguém no filme. Talvez em outro tipo de projeto eu teria feito isso? Mas essa é uma máquina muito grande. Pensei muito se deveria questionar. No fim, eu não fiz isso. Aceitei que isso era o que estava escrito. E eu disse as falas. E é o que é", frisou em seguida.
A cena em questão traz James Bond (Daniel Craig) e Eve Moneypenny (Naomi Harris) na casa de Q, onde apareceram de surpresa. Naquele momento, o personagem estava preparando um jantar romântico, e ao ser questionado, diz: "Ele estará aqui em 20 minutos". O uso do pronome masculino indica a sexualidade do personagem -- e só.
Há alguns meses, Whishaw afirmou para a revista "Attitude" que gostaria de ver um novo James Bond interpretado por um ator gay.
"Isso seria algo completamente extraordinário. Claro que eu gostaria de ver isso. Acredito que deveríamos estar trabalhando por um mundo onde qualquer pessoa possa interpretar qualquer um. E seria muito empolgante se a sexualidade de alguém não fosse importante para conseguir esse papel. Acho que seria um progresso real", declarou na ocasião.
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