Vanessa Danieli, a Bárbara Costa, falou sobre bastidores da pornografia
Redação Publicado em 21/02/2022, às 10h11
Vanessa Danieli 一 que usava o nome Bárbara Costa na pornografia 一 contou detalhes dos bastidores dos filmes pornô e de sua carreira na indústria do sexo no podcast Prosa Guiada, apresentado por Emme White.
Durante o bate-papo, a atriz explicou que muita gente acha que fazer filmes adultas a deixou rica, mas que ela “não ganhou nada” com as dezenas de cenas que gravou:
“Não ganhei dinheiro gravando, na verdade não ganhei nada. Nem no pornô, nem com prostituição. As pessoas vendem a ideia de que o sensual e o erótico vendem muito, que tudo isso dá muito lucro. E isso não é verdade. A indústria ganha porque há uma certa exploração, mas atores e atrizes não. As cenas são cansativas e pesadas. E os cachês são baixos”, explicou.
Após anos fazendo filme pornô e se prostituindo, Vanessa descobriu que o trabalho não era e nunca seria tão rentável quanto ela imaginava.
“Parece que entrei num ciclo vicioso, achava que não havia outras oportunidades e caminhos para mim. Parecia que aquilo seria eterno na minha vida, que não tinha luz no fim do túnel. Ouvi pessoas erradas e não consegui me afastar do pornô”, lembrou.
“Eu ganhava o suficiente para sobreviver, mas não conseguia poupar ou investir dinheiro. Não sobrava nada porque a vida era tão ruim que eu gastava tudo com supérfluos para esquecer minha rotina”, revelou.
Assim que parou de gravar os filmes, Vanessa foi atacada nas redes sociais e rotulada como ‘anti-porn’. Mas ela explica que não tem nada contra as cenas em si, muito menos contra atrizes e atores:
“Eu vivi muito tempo nisso e sei o que acontece nos bastidores. Eu ataco a indústria, que não trata os profissionais envolvidos com dignidade e respeito. E luto contra a violência e exploração sexual”, acrescentou.
Afastada do pornô há cinco anos, Vanessa voltou para a faculdade, lançou seu canal no YouTube, passou a trabalhar com marketing de influência em uma famosa agência de São Paulo. Foi nessa nova fase que ela conseguiu se reerguer, retomar seus projetos pessoais, construir um patrimônio e superar as dificuldades.
“Hoje faço terapia para lidar com tudo isso e levar uma vida normal de novo. Claro que me arrependo de ter entrado no pornô, mas foi necessidade. Era muito jovem e inocente. Não faço apologia à indústria e sou muito firme nas minhas opiniões. Agora a minha missão é defender as mulheres. Estou mobilizando ações para alertar e conscientizar sobre violência sexual”, completou.