Bailarina de Anitta cria vaquinha para fazer cirurgia de mudança de sexo

Uma das dançarinas de Anitta no último Rock in Rio, a transexual Makayla Sabino, de 20 anos, criou uma página de financiamento coletivo para conseguir custear sua cirurgia de redesignação sexual. A ideia é conseguir R$ 50 mil para pagar o procedimento.

Carioca, Makaila mora no Complexo do Alemão e pretende fazer a cirurgia no Brasil mesmo. Artista freelancer, ela também já dançou para MC Rebecca. Ao falar sobre a mudança, ela contou que a cirurgia “é seu maior sonho”:

“A cirurgia é o meu maior sonho no momento. Gostaria de fazer aqui no Brasil, para ter uma segurança maior de ter pessoas, família, aqui para me ajudar no pós-cirúrgico. Quando lancei a vaquinha, fiz mais ou menos no valor da cirurgia, coloquei como uma base para ter início. Comecei a pesquisar pessoas e lugares para fazer, e o cirurgião mais indicado foi o Dr. Márcio Litteton. Inclusive, falei com algumas mulheres trans que foram operadas por ele, e que foi um sucesso. Ele que fez a cirurgia da ex-BBB Ariadna também”, disse Makayla, ao jornal Extra.

Por enquanto, a artista arrecadou quase 13 mil, um quarto do valor alvo.

“São vários gastos, tenho que pagar para começar o tratamento psicológico e acompanhamento médico durante um ano para fazer a cirurgia, depois tem que pagar o hospital, o cirurgião, a anestesia, os remédios, e tem o pós também. Realmente não tenho grana para isso. Estou contando com a vaquinha ou alguém cirurgião, uma alma caridosa aparecer e fazer pela metade do preço. Estou nessa esperança desse sonho e correndo atrás o máximo que eu posso”, explicou.

À publicação, Makayla contou que sempre foi vítima de bullying por ser transexual:

“Já ouvi de produtores que eu não ia fazer parte do trabalho por ser uma mulher trans. Cheguei a pensar que eu nunca ia conseguir dançar com cantores famosos e chegar aonde eu cheguei. Pensei muito em desistir. É muito difícil, porque machuca demais”, continuou.

“No meu ambiente de trabalho eu já senti que a posição de muita gente mudou. Na minha família e onde eu moro também. Sempre fui respeitada, porque eu sempre me impus muito, mas, depois do Rock in Rio, criou-se um respeito maior pelo meu trabalho e por mim”, ponderou.

De acordo com Makayla, a chance que recebeu de Anitta mudou sua vida.

“Ela foi super atenciosa e carinhosa comigo. Acho incrível ela começar a abrir portas que já deveriam ter sido abertas há muitos anos. Ela é a cantora que deu a cara a tapa. E ela não me apoiou só na mídia. No segundo dia de ensaio, ela me chamou e demonstrou preocupação e muito respeito comigo”, lembrou.

“Onde cresci, ser travesti era um problema”

Makayla começou a transição aos 17 anos e desde então recebeu o apoio da mãe. O pai foi reticente à ideia.

“Cresci num meio onde ser travesti era ‘um problema’. Ouvindo que gay tinha que ser ‘comportado’, ‘no padrão’... Então, rolou uma dificuldade para eu entender. Fui estudar primeiro antes de me assumir para todo mundo e para explicar para os outros o que eu sou. Primeiro me assumi como gay, e através da cultura Ballroom, que é um estilo de dança que eu estudo, comecei a ter espelhos de mulheres trans dentro dessa cena. Foi quando eu percebi que ser trans não era um problema”, completou.