Atriz diz ter vivido sua história de amor na época em que começou a se relacionar com mulheres
Redação Publicado em 03/05/2021, às 10h36
A atriz Ana Flávia Cavalcanti revelou, em entrevista à coluna de Patrícia Kogut, que viveu sua história de amor na época em que começou a se relacionar com mulheres e afirmou ter saído de casa aos 13 anos para morar com uma namorada.
Desenvolvendo um documentário sobre 'A Babé quer Passear', no qual ela já performa há anos e já apresentou em Paris, Ana também esteve preparando o curta 'Estação Bresser', sbre um casal de lésbicas: " Uma delas mora numa pensão e a outra, com os pais. A família é rígida, não aceita. Então, elas vão morar juntas. O filme é sobre descoberta do amor entre as duas". Ela diz que o filme será ambientado em uma pensão no bairro do Brás, em São Paulo, e tem passagens autobiográficas.
"Eu já morei numa pensão ali. Inclusive, quero filmar nela. Foi quando eu comecei a me relacionar com mulheres. Vivi minha história de amor nessa época. Saí de casa com quase 14 anos para morar com uma namorada. Eu tinha uma vida mais dura. Minha mãe era solteira, com duas filhas. Ela saia para trabalhar e nos deixava sozinhas. Eu tinha 6, minha irmã, 4. Eu cuidava dela. Tinha necessidade de ficar ligada. Então, com 14, era como se eu já estivesse com 20."
"Fiquei cinco anos casada. Um dia fui a uma aula de dança. Quando voltei, ela estava com outra mulher. E aí terminou comigo", revelou. A atriz afirmou ter se casado sete outras vezes, dentre eles um argelino, e atualmente está noiva de novo: "Gosto de casar, sim. Acho que a vida fica mais legal. Sou muito romântica. Mas para mim também foi uma medida de sobrevivência. A vida fica mais barata, porque você divide tudo. E o afeto também sustenta. Estar com outra pessoa era um suporte, um pillar. E eu gosto de beijar na boca."
"Não tenho paciência para paquera eterna, ficar pegando geral. Não é a minha cara", diz. Ana Flávia também falou sobre estrelar na série 'Onde Está meu Coração', do Globoplay, no qual interpreta Inês, uma enfermeira que trabalha com Amanda (Letícia Colin), médica viciada em crack: "Inês é uma dependente química em recuperação. E vai observando a derrocada da Amanda. É ela quem a aconselha e encaminha para os Narcóticos Anônimos. É uma relação de amizade, irmandade. Tem uma cena em que a Amanda chega suja ao hospital, ainda na onda da droga."
Ela prosseguiu: "A Inês a segura pelo braço. É muito forte. Aí a personagem é afastada, porque vai para o fundo mesmo. Quando ela chegar ao NA, o Brasil vai parar para chorar". Aatriz conta que ela e outros atores conversaram com psiquiatras, psicanalistas, diretores de ONGs e ex-usuários de drogas, afirmando já ter mergulhado no assunto para interpretar Diana em 'Sob Pressão', também dependente química:
"Acho que 'Onde Está meu Coração'vai abrir um debate sobre o consumo de drogas em geral. As pessoas falam sobre não legalizar maconha, mas não citam o álcool. Ele é socialmente aceito, pega até mal alguém dizer que não bebe. É possível comprar uma garrafa num bar às 7h da manhã com R$ 4. Isso pode destruir famílias também. Acho que faz sentido levar em consideração o que o álcool faz especialmente para a população pobre e preta brasileira."
"O uso de drogas começa, na maioria das vezes, a partir do descontrole emocional, social, de família e de política pública. Essa discussão tem que acontecer", completou.
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