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Miguel Falabella protesta contra a proibição de atores mirins antes da estreia do musical Memórias de um Gigolô

Matheus Braga, Miguel Falabella e Kaleb Figueiredo - Foto: Araújo e Eduardo Martins / Azzi Agency O ator e diretor Miguel Falabella aproveitou a estreia do

Matheus Braga, Miguel Falabella e Kaleb Figueiredo - Foto: Araújo e Eduardo Martins / Azzi Agency
Matheus Braga, Miguel Falabella e Kaleb Figueiredo - Foto: Araújo e Eduardo Martins / Azzi Agency

Redação Publicado em 14/07/2015, às 10h32 - Atualizado às 10h33

O ator e diretor Miguel Falabella aproveitou a estreia do musical Memórias de um Gigolô, na noite desta segunda-feira (13/7), em São Paulo, para protestar contra a proibição da participação dos atores mirins Matheus Braga, de 13 anos, e Kaleb Figueiredo, de 10 anos, no espetáculo.

Antes da estreia oficial, Miguel subiu ao palco acompanhado dos dois garotos, que estavam com fitas adesivas e,m suas bocas, e leu uma carta para o juiz da Infância e Juventude do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, Flavio Bretas Soares.

“Ainda celebraremos essa noite, mesmo que por causa da decisão do juiz Flavio Bretas Soares, Matheus Braga e Kaleb Figueiredo, os dois atores alternantes do personagem jovem Mariano, não possam se apresentar nesse espetáculo. Uma das razões alegadas foi que o personagem usava a palavra ‘masturbação’ no texto, e que isso poderia prejudicar o desenvolvimento psíquico dos menores. O teatro, senhor Juiz, muito pelo contrário, ensina esses dois jovens talentos a dominar a língua, a se expressar com clareza, a aguçar o raciocínio e a olhar o mundo com os olhos da poesia. E o teatro musical ainda por cima lhes ensina a música. Além disso, ambos jovens atores têm longo currículo e foram acompanhados pelos pais durante todo o processo de ensaio”, discursou Miguel Falebella.

“É lamentável que o juiz desconheça que a justiça e o teatro são filhos do mesmo berço e é perigoso quando abaixamos a cabeça para esse tipo de atitude arbitrária e retrógrada. Para mim, que comecei a carreira no final dos anos 70 e que vi o que o regime autoritário é capaz de fazer com o teatro, sua decisão é assustadora excelentíssimo juiz. O teatro é, antes de mais nada, o espelho de uma civilização. Se a sua intenção era a fama, pois que seja feita a sua vontade. O senhor ganhou uma patética e tristonha citação na história do teatro brasileiro, mas tomando emprestado as palavras de Darcy Ribeiro, eu lhe diria que não gostaria de estar no lugar quem lhe venceu. Um agradecimento especial a esse maravilhoso elenco, que lutou com afinco para o ensaio de última hora”, completou.

Veja aqui quem esteve na estreia e também a história do espetáculo.