"É triste ver os absurdos que acontecem no Brasil", diz Dalton Vigh, estrela de A Divisão - Foto: Reprodução O longa-metragem A Divisão chegou aos cinemas na
Redação Publicado em 26/01/2020, às 14h29 - Atualizado às 14h34
O longa-metragem A Divisão chegou aos cinemas na última quinta-feira (23/01) e traz nomes como Marcos Palmeira, Silvio Guindane e Natália Lage no elenco. Entretanto, um dos nomes que chama a atenção durante o filme é o de Dalton Vigh.
Na trama, o ator interpreta um político que tem sua filha sequestrada – mote que dá início a história. Em entrevista para a Revista Quem publicada neste domingo (26/01), ele falou um pouco sobre o trabalho e também sobre a situação do Brasil, que ele considera “lamentável e triste” por causa da escalada do crime organizado.
” A Divisão não é apenas filme de ação, eu diria que é de suspense também. Para ser mais específico um suspense policial. Como ator, em questão de ser um gênero que eu gosto, digo que gosto de fazer todos os gêneros possíveis — comédia, drama, suspense, terror –, é sempre muito bom poder trafegar por diferentes praias”, disse Dalton, que também afirmou ser fã de filmes do tipo. “Sempre gostei, desde moleque, de James Bond, esse filmes do Jason Bourne também bem legais, além de todos esses da Marvel que sabem fazer esse tipo de gênero muito bem”, relatou.
O personagem de Dalton no filme, o deputado estadual Venâncio Couto, tenta ser governador, e por isso tem sua filha sequestrada por uma quadrilha. Na entrevista, o ator falou sobre como foi “montar” esse personagem.
“Foi muito interessante construir essa personagem porque ele, a maior parte do filme, está fora do seu ambiente normal. Ele é um político, fala mansa, convence as pessoas, tem livre circulação em vários ambientes, e aí se vê numa situação onde tudo isso a princípio não vale nada para resolver o problema dele, toda essa influência e esse poder. Então, se vê de mãos atadas”, explicou.
Ele continuou: “Acho que foi um trabalho muito interessante de imersão mesmo porque é um sentimento é até difícil de definir. É um sentimento de impotência ante a uma situação como essa de ter sua única filha nas mãos de criminosos que estão ameaçando matar, e vendo fitas de sessões de torturas. Enfim, então foi um trabalho bem interessante de ter feito, bem difícil, e bem gratificante no sentido do resultado”, ponderou.
Sobre o Brasil atual, Dalton se disse consternado pela escalada do crime organizado. “É lamentável. É triste e aterrador ver os absurdos que acontecem aqui no Brasil em questão de impunidade e de violência mesmo, escalada de violência. É triste, como disse, ver quanto o crime organizado tem força aqui no Brasil”, lamentou.
Perguntado se conseguiu se colocar no lugar de Venâncio Couto, o ator disse que sim. “A base do trabalho do ator é se colocar no lugar do personagem. A gente busca sempre isso em todos eles. Se não tem isso, se a gente não consegue encontrar esse lugar comum entre o personagem e o ator, a coisa fica meio que pela forma e não pela essência”, explicou, dizendo também estar por dentro de todo o noticiário político do Brasil. “Para minha tristeza costumo acompanhar”, disse aos risos.
Cinema, aliás, é uma área em que Dalton Vigh pretende investir mais: nos últimos anos, ele esteve também em Kardec, filme sobre Allan Kardec lançado em 2019, além de trabalhos no teatro e também na TV, onde participa de As Aventuras de Poliana, novela infantil do SBT.
“É um trabalho que é bastante diferente de trabalho de televisão e de teatro”, disse o ator sobre o trabalho na tela grande. “Tenho fascínio pelo cinema desde criança. A grande inspiração da minha carreira toda, foi o cinema. Foi assistindo filmes que eu tive a vontade de ser ator”, relatou.
Já confirmado na nova fase da novela do SBT, ele finalizou o papo comentando sobre a experiência: “Foi muito interessante. Eu nunca tinha feito nada assim tão longo. Acho legal de ter essa continuação que significa que está fazendo sucesso e está agradando a casa. Agora será uma nova fase, que nem sei direito o que vai ser”, riu. “É um lugar legal de se trabalhar”, ponderou.
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