O novo especial de Natal do Porta dos Fundos para o Netflix está mesmo dando o que falar...
Redação Publicado em 11/12/2019, às 09h19 - Atualizado às 09h20
O novo especial de Natal do Porta dos Fundos para o Netflix está mesmo dando o que falar.
Após Dom Henrique Soares da Costa, atual bispo da Diocese de Palmares, em Pernambuco, incentivar os fiéis a cancelarem suas assinaturas, grupos religiosos resolveram agir para tentar tirar a produção de circulação.
A história, que ganhou o título de “A Primeira Tentação de Cristo”, mostra Jesus (Gregório Duvivier) prestes a completar 30 anos, voltando para casa acompanhado do namorado, Orlando (Fábio Porchat), e sendo surpreendido pela família com uma festa.
Além da reclamação pública feita pelo religioso, a obra foi alvo de um abaixo-assinado criado no Change.org por “ofender os cristãos”.
Endereçado à Netflix, ao grupo Porta dos Fundos, à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, a petição já conta com mais de 510 mil assinaturas. A meta é chegar a um milhão.
Além do abaixo assinado e da reclamação do bispo, o especial de Natal do Porta dos Fundos também foi criticado pelo deputado federal Eli Borges (SD-TO).
Em discurso na tribuna, o político disse que a produção “é uma afronta à fé cristã”:
“É o segundo ano que a Netflix traz em seu especial de Natal uma verdadeira afronta à fé cristã quando falam de um Jesus gay e de discípulos que não foram à Ceia porque estavam embriagados”, ressaltou ele.
O Porta dos Fundos produz especiais de Natal todos os anos desde 2013. O curta-metragem do ano passado, chamado Se Beber, Não Ceie, tira sarro da Última Ceia e venceu recentemente o Emmy Internacional na categoria de Melhor Comédia. Na época, um pouco antes da vitória do grupo na competição, Fábio Porchat comemorou a indicação:
“É muito bom concorrer com uma sátira religiosa nesse momento do Brasil em que as pessoas estão dizendo muito ‘não pode’. A gente vai lá e faz uma das coisas que mais ‘não pode’ no mundo, porque para a gente, no humor, tudo pode”, disse.
Ao jornal Extra, Gregório Duvivier falou sobre a petição e ironizou a repercussão do especial de Natal:
“Sim, vi que são quase 300 mil pessoas. Acho que fizemos algo errado, porque é muita pouca gente. Da próxima vez, acho que vale pegar mais pesado. O Porta tem quase 20 milhões de inscritos. 300 mil é um fiasco. Mas de qualquer jeito, vale para medir a audiência. Pelo menos 300 mil pessoas viram. É mais que a base de apoio do Bolsonaro”, disse ele.
Procurado para se manifestar sobre o assunto, o Porta dos Fundos, por meio de sua assessoria, disse que “valoriza a liberdade artística e faz humor e sátira sobre os mais diversos temas culturais e da nossa sociedade”.
A Netflix afirmou que não irá fazer qualquer pronunciamento sobre o caso, e ressaltou que “valoriza a liberdade de expressão artística”, e lembrou que a parceria com o Porta dos Fundos foi vencedora do Emmy Internacional de Melhor Comédia.
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