Glória Groove surgiu no cenário pop nacional como um furacão. A drag-queen se estabeleceu como um dos grandes nomes da música atual.
Redação Publicado em 14/06/2019, às 12h20 - Atualizado às 13h38
Glória Groove surgiu no cenário pop nacional como um furacão. Na esteira do sucesso de Pabllo Vittar, a drag-queen se estabeleceu como um dos grandes nomes da música atual. E até mesmo ela se surpreende com isso.
“Eu sou quem eu sou desde a hora que eu acordo, como Daniel, até a hora de ir para o show, como Gloria. Minha personalidade está muito intrínseca na minha vida e na minha luta. Pauto isso na minha arte e nas entrevistas que dou, principalmente agora em junho, que é o mês do orgulho LGBTQI”, diz Glória, que fora da personagem chama-se Daniel Garcia, em entrevista para a Revista Quem.
Ela complementa: “É revolucionário ser drag queen de sucesso no país mais homofóbico do mundo. Estamos vivendo no meio da era Bolsonaro e olha o que estou fazendo. É histórico. Se isso não for revolução, eu não sei o que é”.
A drag-queen está lançando nesta semana o clipe de Yoyo, colaboração sua com IZA, e diz que a parceria com a cantora aconteceu quase que por acaso. “Era uma faixa que eu já tinha há muito tempo. Ela já passou por várias transformações até chegar neste resultado final. No começo deste ano, estava no Rio de Janeiro e os produtores me falaram que a IZA gostava muito desta música. Achei a solução ideal para este single. Os fãs nos cobravam um feat e nós tínhamos muita vontade de gravar algo juntas. E foi uma delícia esse feat com ela. Eu fiquei louca. Conseguimos realizar um negócio fora do comum”, conta.
Observando o sucesso que alcançou até aqui, Glória relembra da época em que começou a se montar – o que não era muito bem visto por seus amigos. “Quando comecei a me montar, tinha muitos amigos meus que não entendiam o porquê. Eles diziam: ‘Poxa, vida. Por que você vai gastar tempo com isso se você canta tão bem?’ Eu percebia que o canto era considerado uma coisa divina, mas me montar, não. Ao mesmo tempo, eu percebi o quanto eu não queria fingir ser heterossexual para ser um cantor de sucesso. Eu vi que gostaria mesmo de cantar como gay afeminada até descobrir minha drag queen”, conta.
E essa atitude toda dá a Glória a liberdade e a tranquilidade para expor seus pontos de vista sem medo de represálias. “Eu vejo que muitos artistas, até pela pressão pública, costumam filtrar muito sua opinião e sempre tentam ser neutros. Isso não conversa muito com quem sou. O que mais amo entre mim e meu público é fazer um jogo limpo, mostrar quem sou de verdade, porque estou aqui. Só de poder verbalizar tudo que penso e está acontecendo comigo, já é uma revolução”, finaliza.
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