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Lançando CD, Nãna Shara relembra bullying e fala de casamento em santidade: “O certo parece errado hoje”

Após sete anos, Nãna Shara lança seu primeiro CD solo gospel - Foto: Divulgação Após sete anos sem lançar disco, a ex-SNZ Nãna Shara retorna com um projeto

Após sete anos, Nãna Shara lança seu primeiro CD solo gospel - Foto: Divulgação
Após sete anos, Nãna Shara lança seu primeiro CD solo gospel - Foto: Divulgação

Redação Publicado em 29/12/2016, às 13h36 - Atualizado às 16h51

Após sete anos sem lançar disco, a ex-SNZ Nãna Shara retorna com um projeto único; seu primeiro CD solo e o primeiro gospel também.

Em conversa com o CENAPOP, Nãna falou sobre o disco Novo Céu, relembrou a época de infância quando sofria bullying por causa da “beleza exótica”, e falou também sobre o casamento em santidade, forma de união escolhida por ela e pelo marido, o pastor Cláudio Brinco.

Filha de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, Nãna explicou que o disco é uma compilação de toda sua história musical, e que conta com a participação do marido, Brinco, da sobrinha Hana Sheeva e mais três parceiros musicais. As letras são 100% autorais.

Diferentes levadas de guitarra

Nãna Shara com o pai, Pepeu Gomes, e a mãe, Baby do Brasil – Foto: Reprodução/ Instagram

“Fui muito bem acostumada com guitarra, eu sou apaixonada pelo timbre. Cada faixa tem de 5 a dez canais de guitarra. Gosto da floreada e da sonoridade. Meus ouvidos agradecem quando ouço uma boa guitarra. É a diversidade musical que eu queria, com três guitarristas diferentes, com diferentes sotaques”, explicou.

Sobre o novo álbum, a pastora do Firmados na Rocha, ministério fundado por ela e o marido há 7 anos, conta que é um resumo de sua jornada musical:

“Esse CD conta a minha historia, minha jornada musical. Tem musicas que eu fiz há 15 anos, e outras que eu fiz mais recentemente. Há músicas de varias fases. Tem musicas black, umas guitarras mais dançantes, um punk rock. Não consigo escolher uma música para gostar mais. Todas elas me definem musicalmente. Eu gosto de diversos gêneros”, disse Nãna.

“Não quero um rótulo. Não quero fazer o mesmo estilo musical sempre. É algo que vem do DNA da minha família. Cada uma dessas músicas me definem”, completou.

Nãna Shara e o marido, Brinco, comandam o Ministério Firmados na Rocha – Foto: Reprodução/ Instagram

Família é a base de tudo

Casados há 11 anos, Nãna e Brinco viajam o mundo para espalhar a palavra de Deus através do Ministério Firmados na Rocha, criado há 7 anos. Segundo explicou Nãna, o casal ministra palestras relacionadas à palavra de Deus e à bíblia de uma forma mais pratica e atual.

“Não pregamos que as pessoas devem ser religiosas, pregamos uma conduta inspirada nos mandamentos de Deus. Falamos muito das escolhas, do que você decide ser. O que você semeia, é o que colhe”, contou.

Nãna Shara e o marido, Brinco – Foto: Reprodução/ Instagram

“Falamos muito sobre relacionamento. Tentamos resgatar valores que estão sendo perdidos nesta geração, falamos principalmente com os jovens. Muitos não tem família consolidada e vem de famílias destruídas. As pessoas não acreditam em casamento para sempre, e vivem sem pensar nas consequências, elas não acreditam que podem criar algo solido que não vai se dissolver”, continuou.

“As pessoas abrem mão muito fácil, elas não brigam, não lutam pelo objetivo. Casamento é uma ferramenta maravilhosa que Deus deu para transformar as pessoas. Basicamente, nós resgatamos os valores e a tentamos alertar as pessoas para que não iniciem um relacionamento querendo viver uma aventura”, disse Nãna.

“Ensinamos que a família é a base principal do projeto de Deus e nós temos que zelar por isso. Esses valores são fundamentais e precisam ser resgatados”, completou.

Relacionamento em santidade

Quando decidiram se casar, Nãna Shara e Brinca optaram pelo relacionamento em santidade. Guiados pelo respeito e carinho, os dois esperaram até a Lua de Mel. O casal esperou quase dois anos para se relacionar sexualmente, buscando conhecer melhor um ao outro: “Se não consegue ser meu amigo, não pode ser meu marido”, diz Nãna.

“É algo bíblico. Eu creio que nossos avós tinham bases e ensinos, seguiam mais a palavra. Porem, viver a palavra hoje em dia parece ser algo ultrapassado que não se encaixa nesse mundo pós-moderno. Na verdade, não é a palavra que não se encaixa. O mundo deturpou os valores. Hoje em dia o errado parece certo e o certo parece errado”, contou.

Nãna Shara e o marido, Brinco, na comemoração dos 11 anos de casamento – Foto: Reprodução/ Instagram

De acordo com Nãna, decidir seguir a vida de acordo com a palavra e os princípios de Deus foi a melhor experiência de sua vida:

“Eu poderia ter feito sexo com ele, mas nós dois escolhemos assim. Me guardei não porque é bonito, me guardei porque é um princípio. Um principio baseado na bíblia, que fala que o sexo é um presente. Antes de ser assim eu colecionei ferimentos e decepções amorosas. Deixei de me preocupar com as pessoas vão pensar. Eu queria viver uma vida transformada, e para isso eu precisava praticar os princípios…”, disse.

“É preciso conhecer o coração da pessoa, se ela tem os mesmo valores que você, e isso demora… Foi a melhor experiência que eu vivi na minha vida. Me proporcionou coisas que eu jamais pensei viver, como viajar o mundo inteiro para levar a palavra de Deus. Já fomos até para o Japão. Passamos pela Europa e já fizemos 17 turnês pelos EUA”, continuou.

Bullying na infância e esperança para os jovens

Por causa da “beleza exótica”, Nãna Shara não teve uma vida muito fácil na escola, e sofria bullying apenas por ser diferente.

“Minha família tem uma marca registrada; narizinho e bocão. O narizinho da mamãe e a ‘bocona’. Somos uma família exótica, meu pai é descendente de índio e minha mãe de europeu, e nessa mistura…”, conta.

“Hoje em dia é moda ter boca grande, mas, quando eu tinha 15 anos, na minha adolescência, meu tipo de beleza não fazia parte do grupo das bonitinhas, que tinham o padrão de beleza mais comum. Todo jovem passa por muito bullying, quando tem algo de diferente do padrão”, continuou.

“Esse padrão é muito difícil para os jovens, naquela metamorfose, não foi fácil. Eu fui rejeitada por não ser bonita de acordo com os padrões da época. Minha amigas começavam a namorar e eu não arrumava nada. O povo zoava e fazia bullying comigo porque eu era exótica. Eu olho para trás e vejo que tudo isso serviu para que eu pudesse ajudar outros jovens atualmente”, refletiu.

“Eu trago para essas pessoas uma palavra de esperança. A minha história mostra a essas pessoas que elas vão casar, vão ter família. Eu uso as minhas experiências para incentivar a juventude a se aceitar como são”, completou.