Zana (Juliana Paes) com Omar (Lorenzo Rocha) e Yaqub (Enrico Rocha ) - Foto: TV Globo Gravar a minissérie Dois Irmãos, que estreia nesta segunda-feira (09/01),
Redação Publicado em 09/01/2017, às 09h33 - Atualizado às 09h37
Gravar a minissérie Dois Irmãos, que estreia nesta segunda-feira (09/01), na TV Globo, foi especialmente difícil para Juliana Paes.
Mãe de dois meninos, Pedro, de 6 anos, e Antonio, de 3 anos, a atriz conta que o papel carregado de emoções foi um desafio e tanto.
Na trama, Juliana faz Zana, mãe de filhos gêmeos. Ao ficar obcecada por um deles, ela acaba desgraçando a família.
Na adaptação da obra de Milton Hatoum, Omar e Yaqub (Lorenzo e Enrico Rocha/Matheus Abreu/Cauã Reymond) são idênticos apenas por fora. O filho preferido, Omar, é passional e impulsivo. Já Yaqub, que acaba sendo deixado de lado pela mãe, seguiu o lado da lógica, e é mais culto e sofrido.
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Ao jornal Extra, a atriz revelou dificuldade em gravar algumas cenas por causa da história, e disse que carregava muito da energia da personagem para casa:
“O Pedro sente muito ciúme do Antonio. Essa minissérie foi particularmente difícil pra mim. Eu estava, naquele momento, apaixonada pelo Pedro quando, de repente, chegou Antonio. Às vezes, eu tinha que dar mais atenção para o Pedro, mas quem precisava era o novinho. Eu transportava muito daquelas emoções pra casa, chegava mexida”, revelou.
À publicação, Juliana Paes contou que consegue entender a personagem, e disse que entende ser normal a mãe ter mais afinidade com um dos filhos:
“A gente tem, sim, mais afinidade com um do que com outro. Existe, sim, um olhar que um filho entende e o outro não. Isso é preferência, é amar mais? Não sei… Acho possível amar igualmente e se dedicar, mas afinidade é diferente. Eu entendo a Zana”, disse.
Assim como na ficção, Juliana diz ter que lidar com personalidades diferentes em casa:
“Os meus filhos têm um comportamento muito diferente, assim como Omar e Yaqub. Um é a lagoa, o outro, o mar. Um é manso e na conversa eu ganho ele, o outro é só no castigo, na luta… Tenho que ter duas linhas de educação diferentes. Às vezes, não sei como agir, mas fiquei com a noção do compromisso que a gente tem que ter com a formação do caráter dessas crianças. Em transformá-los em homens de verdade, sem neuras, sem grandes ciúmes. Criar um filho não é brincadeira”, declarou.
Um dos pontos polêmicos da história no livro é o incesto. Apesar de ser tabu, o tema será retratado na minissérie, segundo o afirmou o diretor Luiz Fernando Carvalho:
“O público não vai deixar de ver nada, tudo o que está no livro está na transposição. Mas há uma preocupação com o olhar, com a delicadeza. A gente tem que rechear esses momentos mais delicados com muita humanidade, porque são situações que cada um de nós pode viver. São condições humanas. A questão é como você mostra”, explicou.
“Existe algo ali mais denso, uma certa paixão, coisa de pele, cheiro. Mas é um componente coadjuvante, não existe sexualidade explícita. É tudo insinuado. O Hatoum (autor) deixa para o leitor esse deleite de imaginar o que quer que seja”, completou Juliana Paes.
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