Zana (Juliana Paes), Yaqub (Lorenzo Rocha) e Omar (Enrico Rocha) em cena da primeira fase de Dois Irmãos – Foto: TV Globo A preferência por um dos filhos gêmeos
Redação Publicado em 02/12/2016, às 18h13
A preferência por um dos filhos gêmeos será um dos principais pontos de conflito de Dois Irmãos, nova minissérie da TV Globo que estreia no início de 2017.
Na pele de Zana,Juliana Paes enfrentará um dilema e tanto. Após dar à luz gêmeos, ela entende que Omar (Lorenzo Enrico/ Matheus Abreu/ Cauã Reymond), o segundo a nascer, é mais frágil que Yaqub, e acaba dando mais atenção para ele e se afastando de Yaqub.
Casada com Halim (que será interpretado em três fases por Bruno Anacleto/ Antonio Calloni/ Antonio Fagundes), que nunca quis ter filhos, ela bate pé e consegue, finalmente, formar a tão sonhada família.
A preferência por um dos filhos, no entanto, vai gerar uma disputa pelo amor da mãe. A discórdia entre os gêmeos vai gerar um ódio que corroerá a família. Em negação, entretanto, a mãe repete que eles são idênticos e sonha com a reconciliação.
Para alcançar uma unidade entre a aparência das três atrizes, a equipe de caracterização da minissérie, liderada por Rubens Libório, desenvolveu uma rigorosa pesquisa acompanhada de perto pelo olhar de Luiz Fernando Carvalho, que primou pelo realismo, sempre a serviço da marcação da passagem de tempo na trama, que se desenvolve entre as décadas de 1920 e 1980.
Eliane Giardini, por exemplo, usou próteses de látex e maquiagem especial para mostrar as marcas da idade na beleza da matriarca da família. Também foram utilizados recursos como a cor do cabelo, o penteado que mantém a franja e o arqueado das sobrancelhas.
“É incrível quando você atua em sagas que atravessam décadas e divide personagem com outros atores. Você fica tentando se ver nos colegas. Gabriella, Juliana e eu fomos pelo temperamento da Zana”, observa Eliane Giardini.
Ao contrário da esposa, Halim (Bruno Anacleto/ Antonio Calloni/ Antonio Fagundes) é um comerciante pacato com alma de poeta. Em pouco tempo, Halim se torna dono de um pequeno comércio de secos e molhados.
Com bons amigos sempre dispostos a sessões de gamão regadas a doses de arak, ele está feliz. Mas com a chegada dos gêmeos, só tem a lamentar a mudança de Zana. Poucos anos depois, nasce Rânia (Raphaela Miguel/ Letícia Almeida/ Bruna Caram), e com ela mais um problema – a concorrência entre as duas figuras femininas na casa. Só resta a Halim a resignação.
Ao longo dos anos, a caracterização do personagem tem poucas alterações, o que simboliza sua personalidade horizontal. Predominam peças de linho em tons claros, em cortes simples, usadas de maneira despojada por um homem de alma leve sob o calor sufocante de Manaus.
“Curioso, porque eu penso no personagem e vejo um único Halim. Não vejo o Bruno, eu ou o Fagundes, mas um só homem”, conta Antonio Calloni, que vive o personagem na sua fase madura.
Em desalinho e sem voz diante da família que ele mesmo formou, Halim nunca desenvolve intimidade com os filhos. Ele sente ciúme da dedicação da esposa a Omar e se preocupa com as consequências do desprezo dela por Yaqub. Não tem força, entretanto, para enfrentar Zana.