Cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Crédito: Reprodução/Vídeo Depois da comédia mal recebida pela crítica, Amantes Passageiros, parece que finalmente Pedro
Redação Publicado em 07/01/2015, às 16h39
Depois da comédia mal recebida pela crítica, Amantes Passageiros, parece que finalmente Pedro Almodóvar voltará ao seu cinema autoral e contundente. Em longa entrevista ao Financial Times, o cineasta espanhol revelou o título de seu novo filme, Silencio, e disse que começa a filmar em abril.
“Escolhemos esse nome por ser o elemento principal que impulsiona as coisas ruins que acontecem com a protagonista. O filme será meu retorno ao cinema das mulheres, de grandes protagonistas femininas, e será um drama contundente, o que me empolga muito”, contou Almodóvar.
Mas para a surpresa de muitos, o diretor e roteirista não deve trabalhar com seus atores preferidos, como Penélope Cruz, Antonio Banderas, Carmen Maura, Rossy De Palma, entre outros. “No momento, nós estamos ocupados com a construção do elenco. Está sendo complicado porque os personagens que escrevi não parecem funcionar com meus amigos atores”, disse.
Silencio só deve estrear em 2016 e pode entrar na corrida de premiações como Cannes ou Festival de Veneza. Por enquanto não há nenhum nome confirmado, apenas que será um drama ao modo de Volver, A Pele que Habito e Fale com Ela. Será o primeiro inédito do cineasta em três anos.
Breaking Bad e televisão americana
A entrevista não focou apenas na obra de Almodóvar, mas também sobre o que o tem impressionado no cinema e na televisão. O espanhol não poupou elogios às séries de TV americanas, com destaque para a superpremiada Breaking Bad.
“No momento, nos Estados Unidos, estão produzindo televisão de uma maneira muito mais próxima à realidade do que o cinema. Breaking Bad lembra o início do (Martin) Scorsese, a televisão mais brutal, mais ácida”, comentou.
“Em cinco temporadas, cada episódio é uma obra-prima de roteiro, direção e exagero — não que eles exagerem em cima da realidade, mas no sentido de que eles estão retratando algo que já é muito extremo. Breaking Bad, acredito, é o ápice da televisão ficcional americana”, elogiou.