Uma das poucas a conquistar o cobiçado EGOT (Emmy, Grammy, Oscar e Tony), Barbra se tornou um ícone cultural
Redação Publicado em 26/04/2020, às 14h43
Barbra Streisand, um dos maiores ícones culturais da História, completou 78 anos na última sexta-feira (24/04). A atriz e cantora está em sua mansão ao lado do marido, James Brolin (pai do ator Josh Brolin) cumprindo a quarentena para evitar a contaminação pelo novo coronavírus -- já que ela faz parte do grupo de risco.
Em homenagem a essa grande artista, o CENAPOP lista algumas curiosidades sobre sua vida e também de sua bem sucedida carreira, que inclui vários sucessos de crítica e público no cinema e na música. Veja:
Barbra nasceu Barbara Joan Streisand, mas logo no começo da carreira, aos 18 anos, ela decidiu que “queria ser única”. Para não precisar inventar um nome artístico, que na opinião dela soava falso, ela resolveu tirar o 'a' que vem antes do segundo 'b' de seu nome. Simples, mas funcional.
Ela, que nasceu em 1942 em Nova York, veio de uma família simples de classe média. Barbra teve um nascimento e primeiro ano de vida relativamente confortável, mas a morte de seu pai, quando ela tinha apenas um ano de idade, fez com que eles caíssem na pobreza definitiva. Além disso, a mãe de Barbra se casou novamente -- e ela não se dava bem com o novo padrasto.
Quando decidiu encarar uma carreira artística, Barbra não teve apoio de sua mãe. A matriarca chegou a dizer que ela era magra e feia demais para se tornar uma atriz, e que deveria estudar para ser, no máximo, secretária. As críticas, ao invés de desanimá-la, fez com que ela se esforçasse ainda mais para provar que "merecia ser alguém".
Em sua época de escola, Barbra teve a companhia de alguns nomes que, anos depois, também se tornaram famosos. Estudaram com ela em um colégio no Brooklyn o enxadrista Bobby Fisher, campeão mundial na modalidade, e também o músico Neil Young -- com quem ela chegou a cantar no coral. Assim que terminou a graduação, ela saiu do bairro para tentar a vida como artista.
No começo, Barbra não pensava em ser cantora. Ela começou a cantar por acaso, apenas para sobreviver. Ela tinha 18 anos. Ela se apresentava em um clube noturno onde começou a fazer sucesso com sua voz aveludada e também pelas roupas vintage que usava (que ela sempre comprava em brechós). Enquanto fazia da música seu sustento financeiro temporário, ela tentava iniciar a carreira de atriz. Deu certo: pouco tempo depois ela conseguiu papéis na Broadway. Quando completou 21 anos, já tinha recebido uma indicação ao Tony, principal prêmio do teatro americano.
Foi no teatro que Barbra conheceu seu primeiro marido, Elliot Gould (conhecido no Brasil por ter interpretado o pai de Ross e Monica Geller em Friends). Eles se casaram quando ela tinha 21 anos e, com 24, ela teve seu único filho (que atuou com ela em O Príncipe das Marés, de 1991). O divórcio aconteceu em 1971, e Barbra passou 29 anos solteira. Nesse tempo, teve casos com Warren Beatty, Don Johnson, Andre Agassi e até Elvis Presley.
Em sua carreira, Barbra conseguiu vários feitos: ela possui dois Oscars (um de atuação por Funny Girl: Uma Garota Genial, de 1968; outro por compôr a canção Evergreen para o filme Nasce Uma Estrela, versão de 1976), além de também ter cinco Emmys, oito Grammys e um Tony de honra. É a artista musical feminina mais vendida da história, e se tornou a primeira mulher a dirigir, escrever, produzir e estrelar um filme: Yentl, de 1983.
Yentl conta a história de uma jovem judia que decide se passar por homem para estudar o Talmud, um privilégio masculino. Entretanto, as surpresas do destino mudam sua vida. O longa metragem recebeu muitos elogios na época de seu lançamento, inclusive do cineasta Steven Spielberg, que declarou que aquela tinha sido "a melhor estreia na direção desde Cidadão Kane". O filme acabou dando nome a Síndrome de Yentl: a invisibilidade das mulheres em tratamentos médicos (que é quando as mulheres têm maior probabilidade de serem tratadas de forma menos assertiva em seus encontros iniciais com o sistema de saúde até provarem que estão tão doentes quanto os pacientes do sexo masculino, segundo pesquisadores).
Barbra acabou dando nome a um outro fenômeno muito estudado por cientistas sociais. O chamado 'Efeito Streisand' é usado quando alguém tenta silenciar informações e isso acaba gerando uma espécie de efeito-rebote, fazendo com que aquilo que deveria ser silenciado ganha ainda mais divulgação. Barbra se envolveu nisso quando ela tentou remover algumas fotografias de sua mansão com as quais a destruição da costa de Malibu foi denunciada. A partir do momento em que tentou proibir a veiculação das fotos, elas se tornaram ainda mais compartilhadas. Recentemente, no Brasil, um exemplo de 'efeito Streisand' aconteceu com o especial de Natal do Porta dos Fundos, amplamente criticado (mas que se tornou sucesso). Falamos a situação e explicamos o efeito aqui.
Josh Brolin, intérprete de Thanos em Vingadores, se desculpa por "furar" quarentena para visitar pai
Análise: A polêmica sobre o filme do Porta dos Fundos e o Efeito Streisand
Barbra Streisand reencontra par romântico de “Nasce Uma Estrela” 43 anos depois