Marco Nanini fala sobre homofobia no Brasil e desabafa: “Fico chateado, é uma injustiça”

O consagrado ator Marco Nanini assumiu sua homossexualidade em 2010, na mesma época em que aconteceu, em São Paulo, o infame episódio da “lampadada” em um jovem na Avenida Paulista.

Desde então, ele tem sido uma das vozes mais importantes na luta contra a homofobia no Brasil. No entanto, com os casos de agressão contra homossexuais cada vez mais frequentes, ele tem se mostrado preocupado.

“Fico chateado. É uma injustiça isso. Não tenho medo porque nunca aconteceu nada comigo diretamente. Mas eu fico tenso com o que acontece com os outros”, afirmou o ator em entrevista ao portal Quem. “Foi por isso que eu resolvi falar sobre esse assunto. Quando houve aquele episódio horroroso de quebrarem lâmpadas na cabeça de um rapaz gay, na Paulista, em São Paulo. Aquilo foi de uma forma covarde, pelas costas, em grupo. Isso me gerou uma revolta e eu tive que falar e falei”, completou.

Nanini, que mantém uma relação com o produtor Fernando Libonati, também falou durante a entrevista sobre a questão da cultura no Brasil, e as polêmicas nessa área promovidas pelo governo de Jair Bolsonaro. “É um retrocesso, com certeza. Eu nunca poderia imaginar que pessoas do centro do poder não conheçam o que é essa manifestação, que é do povo. Criança brinca de teatrinho o tempo todo, quando faz suas historinhas. Não saber nada sobre isso é terrível”, ponderou. O ator também contou que protesta contra as atitudes do governo à sua maneira. “Eu trabalho e continuo produzindo. Eu não gosto de ficar discutindo com ninguém. Eu prefiro fazer coisas”, disse.

Avesso às redes sociais

Marco Nanini também explicou por que não possui nenhuma rede social ativa na internet: “Não tenho redes sociais, porque eu não sei administrar isso. A internet é muita coisa. Eu vou ficar o dia inteiro se eu entrar em uma rede social dessa. E eu não quero”, falou.

“Tenho muitas coisas para fazer. Também não sei mexer mesmo, por isso não tenho”, finalizou o veterano de 70 anos, mais de 50 deles dedicados à carreira de ator, sendo celebrado como um dos maiores intérpretes do Brasil.

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