Eduardo Graboski Publicado em 14/03/2024, às 08h57
Chitãozinho, que faz dupla com Xororó, convidou imprensa, radialistas, empresários do meio artístico e amigos para o lançamento da carreira do seu filho Enrico aqui em São Paulo. Um evento e tanto. Logo de cara, era impossível não comparar pai e filho e criar algumas expectativas. É como se o público buscasse semelhanças – ou não.
Nos bastidores, público e jornalistas se perguntavam: será que ele vai seguir os passos do pai? É sertanejo ou cantor pop? Será que Chitãozinho ajudou a escolher o repertório? Enfim, as respostas vieram assim que Enrico pisou no palco do Villa Country para um pocket show.
O que se viu foi uma apresentação intimista, cheia de nuances e de autenticidade. Ele foi de verdade no palco. Do sertanejo raiz a hits mais moderninhos, Enrico mostrou que seu diferencial é a sua interpretação na hora de soltar a voz. Ele não é expansivo no palco, mas traz emoção.
Enrico é uma espécie de Tiago Iorc do sertanejo. Com uma voz suave e ao mesmo tempo potente, ele passeia por graves e agudos, e mostra que afinação vem de família. Além disso, o cantor e seu maestro ousam ao criar roupagens para hits já consagrados.
Em Como um Anjo, de César Menotti & Fabiano, Enrico deixou a versão original para interpretar uma sua, mais intimista e suave, mas igualmente alto astral. Já em Estrelinha’ original de Di Paullo & Paulino com participação de Marília Mendonça, Enrico traz um ponto alto do show. É emoção pura.
No palco, Enrico deixa claro que é impossível o comparar com o pai Chitãozinho. E esse rótulo de filho vai desaparecer naturalmente. Por uma razão simples: ele não é uma cópia. Os estilos, vozes, repertórios e performances em cena são bem diferentes – mesmo dentro do sertanejo. Até os figurinos se contrastam.
Assim que Chitãozinho subiu ao palco para uma participação especial, isso ficou ainda mais claro. E Enrico surpreendeu, mais uma vez, com sua interpretação própria. Não à toa, repetiu muitas vezes que estava emocionado. O público também. Pai e filho brilharam juntos, cada um com seu estilo, timbre e presença de palco.
A verdade é que Enrico surge como uma grande promessa da música. Tem talento e a força do pai. É jovem, autêntico e parece estar pronto para o sucesso. Talvez tenha que ajustar seu repertório, deixar o sertanejo um pouco de lado e trazer canções que combinem mais com esse estilo intimista. O futuro dirá.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do CENAPOP.
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