Alessandra Colasanti em sua participação no programa Bipolar Show - Foto: Reprodução/ Canal Brasil A campanha iniciada esta semana, após a figurinista Susllem
Redação Publicado em 06/04/2017, às 13h44 - Atualizado às 20h27
A campanha iniciada esta semana, após a figurinista Susllem Meneguzzi Tonani denunciar o ator José Mayer por assédio sexual no trabalho, está desencadeando uma série de outras denúncias nas redes sociais.
Sem citar nomes, a atriz e diretora Alessandra Colasanti, que também é roteirista da TV Globo, usou sua página no Facebook para relatar dois casos de assédio.
“Imagina se rolasse a campanha #meuprimeiroassédionotrabalho… Ou algo semelhante… Não ia sobrar pedra sobre pedra. Eu já fui assediada por diretores tanto no teatro quanto da Rede Globo. Quem nunca?”, escreveu.
Em um post seguinte, Alessandra relatou outro caso de assédio, desta vez, no teatro.
“Um diretor de teatro disse que ia chupar a minha boceta (assim mesmo) no meio de uma cena sendo marcada, com outros atores em cena. Um diretor de TV também beijou a minha boca sem o meu consentimento”, continuou.
Além dela, outras funcionárias da TV Globo usaram a rede social para falar que já sofreram algum tipo de assédio.
Sem citar nomes, a atriz Carla Marins escreveu:
“Falas escrotas como ‘nossa, como está gostosa, hein?’ no set de gravação, na frente de toda a equipe, quem nunca?”
Diretora e redatora do Programa do Jô por muitos anos, Dilea Frate disse que sempre sofreu assédio, e que começou a diminuir quando ela envelheceu:
“Sempre [rolou assédio], perdi a conta. Só diminuiu quando eu comecei a envelhecer… e é um alívio. Mas também já vi muitas mulheres assediarem os homens, inclusive na TV Globo”, escreveu em seu Facebook.
As atrizes Aline Fanju e Marcia Cabrita comentaram o post de Alessandra Colasanti no Facebook e deram a entender que também já sofreram assédio no trabalho.
Esposa do ator Mateus Solano, Paula Braun também se manifestou e deixou uma mensagem na rede social: “Assediada, vítima de violência psicológica, olha…”.
Rafael Raposo, um dos poucos homens que resolveram se manifestar, disse que também já sofreu assédio no trabalho: “Atores também sofrem assédio. Que vontade de contar…”.
A fotógrafa Alice Lima e Silva, que participou da manifestação em apoio à Susllem, na frente dos Estúdios Globo, também publicou um relato na rede social:
“Um outro diretor que já virou pó ‘escolhia’ as atrizes e modelos que tinham dentes bonitos para conversar e depois sugeria jantares, e assim ia. Ele fazia questão de dizer isso. Se a mulher tinha dente bom, bonito, ele se aproximava, Muito bizarro”, escreveu.
Em um segundo post, Alice relembrou como eram tartadas as “trapalhetes”, na época em que os Trapalhões ainda eram um quarteto, na década de 90:
“Então, Trapalhões década 90 ainda os 4 juntos na época o diretor Wilton Franco, hoje já no pó, sempre adorava propor visitas à switch, alegando mostrar melhor o programa e sempre antes de convidar alguma das ‘Trapalhetes’, ia no figurino e pedia que andássemos como fosse um desfile, o figurino tinha um blusão com zíper e ele fazia questão de ‘regular’ todas a altura do abertura e com isso apoiava a mão ‘de leve’ nos seios”, denunciou.
“Ficávamos muito sem graça e ele com um riso debochado falava que não estava fazendo nada demais apenas deixando a gente mais bonita para o programa. Era muito constrangedor e às vezes algumas meninas topavam lá conhecer na switch melhor o programa e depois elas sumiam, eram substituídas por outras”, continuou.
“E ninguém falava o porquê, enfim foram quase 2 anos assim, mas com a morte do Zacarias e depois do Mussum, mudou a direção e a proposta do programa. E o diretor também saiu fora. Enfim hoje […]abriria um processo, mas naquela época, com 18 anos, toda iludida com tudo, sem noção desse perigo, ficava na minha como todas as outras. Já em outros trabalhos o medo de perder o emprego também fazia com que me calasse em outras situações”, completou.
A atriz Fernanda Rocha também relatou assédio durante a gravação:
“Um diretor bem das antigas, a cada dia que eu ia gravar, fazia gracinhas bem baixas comigo, e tentava encostar o máximo que podia, tentava me dar beijos cada vez mais perto da minha boca. Eu morria de medo e ia saindo pelas beiradas, me sentindo culpada, e com muito, muito nojo. Depois de uma semana rodando, o assédio diminuiu. Mais uma semana depois, fechamos o trabalho, ele me chamou de lado e disse: ‘Parabéns pelo seu trabalho… Você me surpreendeu. Não sabia que você era uma atriz séria’ Oi?”, relatou.
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