Formação original do Blink 182. Tom DeLonge é o que está no círculo vermelho. Crédito: Divulgação Tom DeLonge respondeu às acusações dos amigos de banda do
Redação Publicado em 28/01/2015, às 09h30
Tom DeLonge respondeu às acusações dos amigos de banda do Blink 182, Mark Hoppus e Travis Barker, de que ele não estava “interessado” no grupo por anos. Para quem não sabe, os dois anunciaram a saída do guitarrista no início dessa semana sem o consentimento dele.
Após a negativa de DeLonge, Hoppus e Barker disseram à revista Rolling Stone que o empresário do guitarrista mandou um e-mail para explicar que o músico “não queria participar de qualquer projeto do Blink 182 por tempo indeterminado”.
“E aí ele vem dizer ‘eu não saí da banda’ – isso não é verdade, é hipócrita”, disse Hoppus. “Eu só queria que Tom fizesse que o deixa feliz e acabasse abraçando o Blink 182 de volta de onde nós paramos e negociamos continuar – fazer shows, gravar música, continuar o legado e se divertir juntos”, continuou.
Pouco depois DeLonge se defendeu novamente em uma enorme postagem no Facebook, intitulada “Carta aos fãs”. Ele escreveu que estava infeliz com os termos do contrato, de que um novo álbum do Blink tinha que ser finalizado em seis meses. “O que era impossível para mim”, disse ele. O músico revelou ainda que foi impossibilitado de lançar um novo álbum de seu projeto paralelo Angels & Airwaves por nove meses.
Leia os principais trechos da carta:
“Por onde começar?
A verdade é sempre um bom lugar. Vamos lá.
Eu amo o Blink e sou incrivelmente grato por ter a banda em minha vida. Ela me deu tudo. TUDO. Comecei essa banda na minha garagem, onde sonhei com ela.
Então o que eu tenho feito nos bastidores? Bom, tenho tentado fazer com que as coisas funcionem. Tentei ajudar essa banda a se mexer de 50 formas diferentes utilizando meu pessoal, e uma gente de outra galera, e ninguém sabia. Tentei mostrar ideias que fizessem com que a banda crescesse. Não estou sentado sem fazer nada. Não funciono dessa maneira.
O último EP foi o teste. Estive no estúdio por dois meses e eles apareceram apenas uns 11 dias. Todos havíamos concordado em dar 100% de nós mesmos. Apesar disso, nos auto sabotamos.
Chegou a um ponto que devido à “política” eu tive que tirar o EP do ar depois que 60 mil fãs estavam tentando comprá-lo. E isso me deixou louco.
Foi depois desse episódio que eu prometi a mim mesmo que jamais me colocaria nessa posição novamente – acreditar nas palavras que falamos um para o outro.
A culpa é deles? É minha? Lógico. Eu sou louco.
Mas somos três, somos todos culpados. Ao fim do dia, sempre fomos problemáticos, por isso não conversamos há meses. Mas nunca conversamos. Nos oito anos em que estivemos juntos sempre foi assim.
Nos últimos dois anos e meio, enquanto um parceiro estava sendo procurado para lançar o novo disco do Blink, eu lancei uma empresa de mídia. Acabei de lançar um disco do Angels & Airwaves e como alguns sabem, vem mais por aí – história em quadrinhos, filmes, livros, etc. O tempo está correndo, então você pode imaginar minha frustração quando me entregaram um contrato de 60 páginas do Blink dizendo que eu não poderia lançar um disco do Angels em 9 meses e que o Blink teria que gravar um disco em 6 meses, o que era impossível para mim. Isso iria me forçar a quebrar vários contratos. Autores, artistas, animadores, muita gente.
(…)
Então vocês podem imaginar a minha surpresa quando o release saiu ontem (na segunda-feira, dia 26) – sem o meu conhecimento – sobre o futuro da banda. Isso é novo para mim. Não está na minha natureza alimentar sentimentos negativos sobre o legado da banda em algo trash com o mundo da Internet.
Mas eu acho que esse é um outro exemplo de como eu me diferencio da maioria. Eu sigo a luz… sigo a paixão e faço arte. Eu saio com meu filho, minha filha e esposa.
No final do dia, tudo isso me deixa muito triste. Triste para nós.
Triste para você – que está vivenciando essa imaturidade.
Eu os conheço muito bem, e suas ações são defensivas e separatistas. Acho que eles estão fazendo isso como forma de se protegerem. Como todos nós.
E mesmo vendo os dois agindo de forma tão diferente de como sei que eles são, ainda me importo muito com eles. Como irmãos, como velhos amigos. Mas nosso relacionamento foi envenenado ontem.
Nunca pensei em sair, apenas acho difícil demais me comprometer“.
COLUNISTAS
Eduardo Graboski
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