Atriz contou que perdeu tio-avô durante gravação
Redação Publicado em 29/03/2021, às 04h58
Intérprete da enfermeira Betina na novela Amor de Mãe, Isis Valverde contou que a “energia do estúdio mudou” durante as gravações da novela em plena pandemia do novo coronavírus.
Nos próximos capítulos, a personagem será internada por conta das complicações da Covid-19 e correrá risco de morte. Ao falar sobre as cenas no hospital fictício, a atriz disse que “sentiu a dor de lidar com a morte” enquanto trabalhava.
“2020 foi um ano muito difícil para mim, perdi pessoas que amo. Meu tio-avô morreu de Covid. É engraçado como às vezes a arte imita a vida. Enquanto eu fazia as cenas da Betina no hospital, ele estava internado na UTI, no respirador. Uma das coisas que senti muito ali no set foi essa dor de lidar com a morte”, explicou ela, à coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo.
“E teve também a situação de representar a linha de frente. Tínhamos o dever, como artistas, de mostrar para o público de uma forma sutil, porque não podíamos escancarar. A gente já estava passando por uma fase muito complicada. Então, pensávamos em como mostrar de maneira poética e trazer essa arte de uma forma que não machucasse as pessoas, mas levando a mensagem da importância desses profissionais e do que passam todos os dias”, continuou.
Para a atriz, a cena mais difícil de gravar foi uma em que Betina quase perde um de seus pacientes:
“Meu tio estava muito mal nesse dia, a gente tinha recebido a notícia da piora. E eu estava no meio do set quando soube. Foi muito difícil. Mas pensei: ‘Não vou parar agora, vou usar a favor da arte’. Trouxe a dor que todo mundo estava sentindo no momento para o set. Foi bem real para mim”, explicou Isis.
À publicação, Isis revelou ainda que sentiu uma energia diferente no estúdio durante a pandemia:
“Lembro que, quando entrei, me arrepiei. O Milhem Cortaz estava comigo e falou: ‘Você vai ver como a energia do hospital mudou’. Foi diferente de como eu entrava no começo da novela. Só tenho a agradecer por essa oportunidade. Eu não tenho ideia de como é estar na pele de um enfermeiro, de um médico. Só tive essa experiência com a Betina. Não consigo imaginar como as pessoas conseguem ter essa força interna para lidar com tudo aquilo, porque eu saía exausta. Eles realmente são heróis sem capa, mas de jaleco”, concluiu.
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