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Crítica | Coffee & Kareen (Netflix, 2020)

Filme com Ed Helms remete às comédias dos anos 90

Terrence Little Gardenhigh e Ed Helms em cartaz do filme - Reprodução/Netflix
Terrence Little Gardenhigh e Ed Helms em cartaz do filme - Reprodução/Netflix

Redação Publicado em 04/04/2020, às 13h38

Coffee & Kareem faz parte de um dos gêneros no qual a Netflix mais aposta: a comédia. Não é à toa que a produtora contratou Adam Sandler para fazer seus filmes para o streaming. A aposta é certa porque os executivos sabem que comédias chamam a atenção do público.

A estreia do filme, que acontece nesta sexta-feira (03/04), vai fazer a alegria de quem gosta de filmes divertidos e despreocupados. Não há qualquer mensagem mais profunda em Coffee & Kareem. Entretanto, a intenção é tão apenas divertir quem assiste, e aparentemente quem trabalhou no filme também.

O longa conta a história do policial James Coffee, que é interpretado por Ed Helms. Ele fez parte do elenco de comédias conhecidas, como Se Beber Não Case e Família do Bagulho. Por esses trabalhos, ele passou a ser bastante conhecido. Coffee começa a namorar a mãe de Kareem Manning (Terrence Little Gardenhigh), de 12 anos, que não gosta nada da relação.

Para tentar impedir o namoro dos dois, o menino decide contratar um bandido para assustar Coffee. No entanto, as coisas não saem exatamente como o planejado.

Coffee & Kareem aposta no inusitado da história para capturar o público, e consegue com relativa facilidade. Muito disso acontece por conta do talento de Helms, que é um grande ator e sabe fazer rir. Ele é um ator físico, ou seja, suas caretas e jeito desastrado dão o tom da comédia do longa. Interpretando o policial Coffee, ele se sai muito bem e brilha intensamente em um de seus melhores papéis nos últimos tempos.

 

Coffee & Kareem: talentos em frente às câmeras

A namorada de Coffee, Vanessa Manning, é interpretada por Taraji P. Henson, indicada ao Oscar de Coadjuvante por seu papel em O Curioso Caso de Benjamim Button. Talentosa, ela mostra desenvoltura na comédia ao fazer par com Helms. Dessa forma, não seu trabalho obscurecido por ele. A revelação, no entanto, é Gardenhigh. O menino se sai super bem ao interpretar o marrento filho de Vanessa, que acaba desencadeando toda a confusão da história.

Fazendo parceria com Helms, Gardenhigh mostra que tem um bom caminho pela frente no cinema, deixando claro que ele pode conseguir papéis até melhores daqui em diante. O tom cômico que ele dá ao seu personagem, além do timing de comédia bem equilibrado, fazem dele um dos grandes destaques de Coffee & Kareem.

Por outro lado, o elenco coadjuvante também manda bem. Samantha Cole, Betty Gilpin, Andrew Bachelor, RonReaco Lee e Garfield Wilson tem papéis de relevância, mas não chegam perto do trio principal. Servem mais como escada – o que não é necessariamente ruim.

O diretor Michael Dowse, cujo trabalho mais conhecido é o filme Será Que?, talvez não tenha muito o que fazer com um roteiro de comédia escrachada. No entanto, se não dá para inovar, pelo menos não faz feio. Tecnicamente Coffee & Kareem é recheado de clichês. Especialmente aqueles que remetem a duplas policiais no cinema (tipo Máquina Mortífera). Tudo funciona nos conformes.

Portanto, Coffee & Kareem é um bom filme para quem pretende soltar o riso em tempos de pandemia. Por isso, é muito bem-vindo ao catálogo da Netflix.