Mario Frias recusou acordo proposto pelo comediante e ator Marcelo Adnet
Redação Publicado em 20/08/2022, às 18h13
Mario Frias, ator e ex-secretário de Cultura do presidente Jair Bolsonaro (PL), se tornou réu por injúria e difamação contra o humorista Marcelo Adnet. Ele entrou na justiça em maio de 2021 contra Mario Frias, após ser chamado de “criatura imunda“, “crápula“, “garoto frouxo“, “um palhaço decadente” e “Judas” em um post.
“Agindo como se fosse um ser do bem, quando, na verdade, não passa de uma criatura imunda, cujo adjetivo que devidamente o qualifica não é outro senão o de crápula. Um Judas que não respeitou nem a própria esposa traindo a pobre coitada em público por pura vaidade e falta de caráter”, disse Frias na época.
A defesa de Frias argumentou que não houve demonstração de dolo específico de ofender e que os fatos eram atípicos, mas não deu certo. O juiz Fernando Brandini Barbagalo determinou o prosseguimento da ação penal. Segundo ele, as expressões inseridas na publicação em seu perfil pessoal indicam, em tese, o animus de ofender a honra da vítima. O magistrado designou ainda uma audiência por videoconferência para oitiva dos envolvidos.
O candidato a deputado federal pelo estado de São Paulo não gostou de uma paródia produzida por Adnet para uma campanha publicada às vésperas do feriado de 7 de setembro de 2020. No post, ele ainda se referiu ao humorista como um “palhaço decadente que se vende por qualquer tostão” e “incapaz de encarar a vida e suas responsabilidades morais”
O humorista que costuma fazer imitações do presidente Jair Bolsonaro chegou a propor um acordo em uma audiência de conciliação em setembro do ano passado. Ele pediu que o político se retratasse do texto ofensivo postado no Instagram em setembro de 2020 e fizesse uma doação à ONG Voz das Comunidades, mas Frias não aceitou.
Um promotor de justiça ainda fez outra proposta ao secretário: a confissão dos fatos narrados na queixa-crime e o pagamento de cinco mil reais ao Instituto Nacional do Câncer (INCA). Mario Frias pediu cinco dias para se manifestar, o prazo terminou no dia 4 de outubro do ano passado e ele não voltou ao assunto, cabendo, então, ao Ministério Público se manifestar sobre o prosseguimento do caso.