O youtuber publicou no Instagram um comunicado de sua assessoria negando as acusações
Redação Publicado em 06/11/2020, às 17h41
Felipe Neto foi indiciado pelo delegado Pablo da Costa Sartori, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro. O youtuber está sendo acusado pelo crime de corrupção de menores.
A assessoria do youtuber negou as acusações, e disse que ele está tranquilo a respeito de sua inocência.
A informação foi publicada inicialmente pelo Jornal Extra desta sexta-feira (06/11). De acordo com o periódico, o delegado afirmou que recebeu, há cerca de um mês, um pedido do Ministério Público do Rio solicitando uma investigação sobre publicações consideradas "impróprias para menores" feitas por Felipe em suas plataformas de conteúdo.
"Há mais ou menos um mês, o MP aqui do Rio me mandou um expediente pedindo a investigação de possível crime por corrupção de menores. É mencionado, entre outras coisas, um monte de vídeos. Dentre esses vídeos tem um que é bem esclarecedor. De 2017, até posteriormente ele fez assinatura de livros, vídeos no YouTube outros materiais que eram direcionados para crianças, com material inadequado para menores. Então, isso me pareceu, sim, estar configurado artigo 244 do ECA", relatou o delegado.
Ele afirmou que Felipe Neto foi intimado, mas optou por não comparecer, preferindo protocolar uma petição.
"Ele foi intimado, o advogado dele compareceu e protocolou uma petição, onde ele fala que não queria ser ouvido. E as explicações seriam aquelas da petição. Sobre isso não tem como obrigá-lo a prestar depoimento", ressaltou.
Através de suas redes sociais, Felipe Neto divulgou uma nota assinada pela sua assessoria. Nela, o influencer diz que está sendo vítima de uma campanha de difamação encabeçada por defensores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem ele é crítico.
"Por meio de sua assessoria, Felipe Neto reitera que o inquérito está apurando as mesmas falsas acusações e desinformações que há meses vêm sendo cometidas e articuladas por membros da extrema-direita, fortemente incomodados com as críticas ao governo Bolsonaro. Felipe Neto informa que prestou todos os esclarecimentos necessários, porém o delegado de polícia, sem tomar nenhum depoimento ou realizar qualquer investigação, decidiu indiciá-lo", disse o documento.
A nota ainda afirma que Felipe está confiante em relação a justiça: "O youtuber permanece absolutamente convicto e tranquilo de que nunca praticou crime algum e reitera que todo o ocorrido ainda será analisado por um promotor de Justiça. Felipe Neto acrescenta que, quando começou a se manifestar vigorosamente contra os absurdos do governo Bolsonaro, já estava preparado para enfrentar todos os tipos de ataque cometidos pela articulação do ódio, desde a propagação de notícias às falsas acusações, associando Felipe a crimes, na tentativa de destruir sua imagem e reputação".
O influencer trava uma batalha nos tribunais, ao lado de seu irmão Luccas Neto, contra a apresentadora Antonia Fontenelle, que também o acusou de promover conteúdos impróprios a crianças. Os processos movidos por ambas as partes continuam correndo -- algumas decisões a favor dos Irmãos Neto já foram proferidas.
O jornal Extra apurou que a denúncia contra Felipe Neto veio de uma pessoa anônima em Brasília. O Ministério Público Federal enviou o pedido de investigação para o Rio de Janeiro, chegando até as mãos do delegado Pablo da Costa Sartori, da DRCI.
Por sua vez, o delegado se baseou em um dossiê criado pelo candidato a vereador Nikolas Ferreira (PRTB-BH), que assumiu a autoria do documento em suas redes sociais. No entanto, ele não foi o autor da ação que culminou na abertura do processo.
A Polícia Civil também emitiu nota sobre o caso: "O youtuber e influenciador foi indiciado por divulgar material impróprio para crianças e adolescentes em seu canal do Youtube e por não limitar a classificação etária dos vídeos com conteúdo e linguajar inapropriado para menores", disse o primeiro trecho do documento.
"As investigações iniciaram após expediente oriundo do Ministério da Justiça. Durante as investigações foi constado e analisado diversos vídeos e postagens, bem como publicações, onde o indiciado claramente não tem a preocupação em classificar seu material de divulgação", ressaltou a nota.
O CENAPOP entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda posicionamento.
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