Ex-Mulher Abacaxi relata transfobia de ex-namorado: “Zombou de mim junto com os amigos”

Marcela Porto, a eterna Mulher Abacaxi, contou que já sofreu discriminação e transfobia do próprio namorado (agora ex) por ser trans.

“Aconteceu com um rapaz, faz anos isso, mas me marcou. Nós estávamos tendo uma relação amorosa. Só que um dia em uma loja de conveniência de um posto de gasolina, encontrei ele com uma turma. Acho que eles estavam indo para uma balada. Com os amigos, fingiu que não me conhecia e se uniu a eles para zombar de mim. Ficaram rindo. Sei que não deveria ter ficado quieta, mas aquilo me doeu tanto, que fiquei sem reação. Depois ele ainda me ligou, mas eu nem atendi”, lamentou.

Para comemorar o Dia da Visibilidade Trans, nesse sábado (29/01), ela posou para um ensaio cheio de cores.

“O Brasil é o país que mais mata trans no mundo. Também sofremos com o desemprego e com a exclusão da sociedade.  Por isso, a data é tão importante”, ressaltou.

Preconceito

Marcela revelou que outro caso de preconceito mexeu bastante com ela. A empresária revelou que tentou fazer uma parceria com a mulher do dono de uma academia que frequentava, para pegar roupas para fotografar um ensaio, e sofreu discriminação.

“A mulher do dono da academia que eu malhava, uma pessoa finíssima, ela é personal trainer, influenciadora digital e tinha uma uma loja de roupas femininas. Eu falei com ela que estava precisando de umas roupas de academia novas pra fazer fotos.  Aí pedi parceria. Ela disse que faria e adorou a ideia”, começou ela.

“Marquei fotógrafo, escolhi as roupas com ela, mas eu fui lá na academia, ela não estava. Então, ela falou para pegar com o marido dela. Quando fui falar com o dono da academia, ele disse que as roupas não eram meu perfil. Falei, como assim? Ele respondeu: a gente não pode fazer parceria com você, emprestar as roupas para você tirar as fotos e devolver, porque a loja não é o seu perfil. Fiquei dias chorando, porque eu fiquei tão sem graça, fui tão empolgada... e passei por isso. Fiquei até com vergonha de contar para os outros”, completou.