Atriz participou do podcast 'Uma Estrangeira'
Redação Publicado em 14/06/2021, às 08h18
Em entrevista ao podcast Uma Estrangeira, Alice Braga desabafou sobre problemas de autoestima e de rejeições em sua carreira de atriz. Ela começa: "É muito difícil você aceitar esse não sem pensar: 'O que eu fiz de errado?, Qual é o meu problema?'. E na verdade, acho que é um desafio até hoje".
Ela continua: "Claro que se eu faço um teste e não pego, eu fico 'poxa, eu queria tanto', mas, tem tantas camadas do porque existe uma rejeição para um específico personagem, que é, talvez, realmente o seu físico, o seu look não é o personagem. Talvez o que o diretor está buscando seja um outro tom. Acho que tem tantas variantes. Não quer dizer que você não é bom o suficiente. E a gente vive isso..."
A atriz fala sobre rejeição: "Acho que é uma indústria muito cruel neste sentido, porque tem muita competição. Eu acho que o fato de eu crescer fazendo teste de comercial me preparou um pouco para entender essa rejeição, mas é muito difícil".
"Ninguém consegue 100% passar por cima disso, porque é uma profissão que é impossível não ir para o pessoal, porque não é uma instituição, não é uma corporação. Você é a sua própria empresa. E acho que isso faz com que entre de peito muito mais aberto, de peito muito mais exposto. É uma das coisas que ainda estou aprendendo a lidar com isso", disse Alice.
A atriz fala sobre sua ida para os Estados Unidos: "Foi muito nesse processo desses 'nãos', desses testes, desse amadurecimento de entender como funciona essa indústria, que eu comecei a vir para os Estados Unidos. Acho que eu até demorei um pouco para falar: 'putz, vou alugar um apartamento em Nova York, vou passar uma temporada, também para entender um pouco esse não, como é que funciona a indústria', sabe? Não colocar toda a minha energia numa coisa e de repente 'putz, será que eu vou, será que eu não vou?'".
Alice falou também sobre problemas de autoestima: "Eu sempre gostei de comunicar, de falar com as pessoas, de dar risada. Então, talvez, a minha autocrítica ou insegurança deva ter escapado mais para o lado da comunicação, do falado, do ir para o extremo oposto. O que às vezes é positivo e às vezes é negativo, porque às vezes você guarda muita coisa que é sua e você não deveria estar guardando ou passando por cima para ser expansiva. Mas, eu acho que tem um lado meu que é muito conectado com isso, da coisa da comunicação, de sempre estar querendo dar risada e falar com as pessoas. Então, isso pode até ter soado como autoestima, mas acho que eu não tinha tanta autoestima assim não".