Campeãs do nado sincronizado brasileiro, Bia e Branca Feres contaram que sofreram bastante assédio quando deixaram o esporte – após os jogos olímpicos de 2016 – e começaram a trabalhar na TV...
Redação Publicado em 19/11/2019, às 10h37 - Atualizado às 10h50
Campeãs do nado sincronizado brasileiro, Bia e Branca Feres contaram que sofreram bastante assédio quando deixaram o esporte – após os jogos olímpicos de 2016 – e começaram a trabalhar na TV.
Em entrevista à revista Quem, as gêmeas abriram o jogo e revelaram que foram subjulgadas por serem bonitas assim que começaram trabalhar diretamente com entretenimento:
“Sofremos assédio quando paramos de nadar e fomos trabalhar na TV. Por sermos mulheres e bonitas, disseram que não poderíamos ser competentes. Já ouvi que tinha que tirar a roupa para dar audiência. Eu fiquei chocada e muda. Sempre me comportei muito bem. Não entrei na Seleção porque era bonita. Entrei porque treinei muito”, ressaltou Bia.
“É muito triste. Hoje em dias as pessoas estão se conscientizando sobre isso. Mas para mim foi um choque. A gente sempre teve uma postura impecável e aconteceu mesmo assim. Enquanto mulheres aceitarem isso, vai continuar. O teste do sofá existe por causa disso. A gente tem que jogar a merda no ventilador”, opinou Branca.
Sempre muito elogiadas pela boa forma, Bia e Branca contaram ainda à publicação que começaram a comer mais após deixarem de competir profissionalmente.
“Assim que passou a Olimpíada, eu e a minha irmã começamos a comer muito. Foram três semanas comendo muito. Ela engordou dez quilos e eu seis. A gente começou a tomar vinho, sair para dançar e viver tudo o que a gente não tinha vivido, mas já nos acalmamos. Sinto muito menos fome hoje”, revelou Bia.
“Para mim, era muito mais complicado manter o peso como atleta porque eu treinava muito e tinha mais fome. Treinava, comia e dormia. A comida era uma felicidade para mim. Hoje tenho o mundo na minha frente, mas sou muito relaxada em relação a comida. Quando você está muito bitolada com comida é pior. Hoje dou menos bola. Tenho uma gaveta de chocolate em casa e nem gosto. Antes eu olhava para o chocolate como uma medalha olímpica”, continuou.
Já Branca, contou que já enfrentou distúrbio alimentar e que ficava sem comer por que estava “noiada” com sua forma física, mas que hoje se aceita e está bem:
“Já tive inseguranças com o meu corpo de ficar noiada, mais por ser atleta. Já tive distúrbio alimentar. Isso é muito sério. Ficava sem comer, tomava laxante… No esporte isso é muito comum. Graças a Deus hoje me aceito e estou bem”, revelou.
Ao final da entrevista, as gêmeas falaram sobre a cobertura que farão das Olimpíadas de Tóquio 2020, e festejaram poder acompanhar o evento de uma outra perspectiva:
“Vamos para as Olimpíadas. Vai ser muito gostoso. Vou poder curtir muito mais e acompanhar as outras modalidades. Quando a gente ia como atleta era muito foco. A gente dormia, comia, treinava e competia. Agora acho que a gente vai conseguir se divertir muito”, disse Bia.
“Eu já tive o desafio de ir para o último Panamericano como comentarista sem a minha irmã. Normalmente tenho a minha irmã como HD externo. Mas foi muito bom porque provei que podia fazer as coisas sozinha. Me surpreendi positivamente. Foi incrível, mas o Japão vai ser melhor ainda com ela”, comemorou Branca.
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