Wagner Santisteban hoje tem uma carreira consolidada como ator. Mas nem sempre foi assim: no começo da sua trajetória, ele sofreu muito bullying,
Redação Publicado em 13/11/2019, às 11h14 - Atualizado às 17h22
Aos 36 anos, Wagner Santisteban hoje tem uma carreira consolidada como ator. Mas nem sempre foi assim: no começo da sua trajetória, ele sofreu muito bullying por ter escolhido essa profissão.
Segundo ele, o período em que sofreu mais foi quando estava no elenco da série teen Sandy e Júnior, que foi ao ar de 1998 até 2002, em que vivia o tímido e nerd Basílio da Guia.
“Quando fiz o seriado do Sandy e Junior, tive que engordar, fazer o cara nerd e zoado. Eu era o bullying em pessoa e sofria isso nas ruas. Eu estava na minha adolescência. Era um momento em que eu estava me colocando como ser humano no mundo, então sofri bastante. Teve um Carnaval que passei de máscara porque as pessoas me zoavam”, disse o ator em entrevista para a Revista Quem desta quarta (12/11).
Além diso, Wagner também sofria zoação por ser ator e trabalhar na televisão.
Ainda que tenha passado por todas essas situações, ele acha que, atualmente, as coisas são diferentes. “Eu ainda não sofri tanto como atrizes mais antigas que eram chamadas de prostitutas. Mas apesar da crescente geração conservadora, acho que evoluímos. É uma questão de aceitar a felicidade do outro. Se você aceita a felicidade do outro, vai ser feliz. Quase todos os meus amigos que faziam bullying comigo hoje trabalham com cinema. É muito doido”, comentou.
No entanto, o ator acha que é essencial falar sobre bullying hoje em dia. “Acho importante discutir esses assuntos para que daqui dez anos a gente não precise falar dessas coisas. As pessoas sofrem com o bullying. Ele muda a autoestima das pessoas, muda a vida. Tem gente que fica lutando a vida inteira contra a balança por causa disso ou contra qualquer coisa que seja motivo de bullying”.
Em sua opinião, o bullying existe porque as pessoas tem dificuldade em aceitar o que é diferente.
“Não entende que o que ela tem de diferente é o que a torna especial. O mais legal é que a gente é diferente. Graças a Deus tenho uma família muito legal, que sempre me apoiou e conversou comigo. Por causa disso, transformava aquilo que era negativo em positivo. Eu conversava com a pessoa, fazia ela refletir sobre aquilo e no final, a gente ficava amigo”.
Por fim, Wagner contou que sua noiva, a atriz Antonia Morais (filha de Glória Pires e Orlando Morais) o ajudou a evoluir como ser humano, já que o tem ensinado a encarar a vida de uma forma mais leve.
“Ela me ensinou como ser um homem mais legal. É a relação mais real que eu vivi na minha vida. Estou me adaptando a uma nova geração e a uma nova forma de ser, que na verdade é a certa. Sou muito grato porque voltei a uma essência de ser humano, me desprendendo de coisas que foram impostas pela sociedade.”, declarou.
Ele continuou: “Pessoas empoderadas são livres e gostam do outro livre. Na minha geração, homem não pode usar brinco, maquiagem, chorar… Enfim, muita coisa que não pertence a gente e é uma forma de doutrinação muito antiga. Sem querer ou querendo a gente é influenciado. Mas por ser artista desde novo, tento abrir a minha cabeça o máximo possível. Não estou preso aquela coisa de eu sou isso ou aquilo e acho que as pessoas têm feito cada vez mais pensado desta forma. A felicidade é o que importa. Ninguém é obrigado a nada”, finalizou.
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